Antes que anoiteça

Antes que anoiteça Reinaldo Arenas




Resenhas - Antes que anoiteça


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Felipe 01/10/2024

Não recomendado para menores de 18.


Nessa autobiografia, Reinaldo Arenas tece um panorama da situação de Cuba, desde a ditadura de Fulgencio Batista, até onde ele pode acompanhar da ditadura de Fidel Castro.

Deixando claro toda a perseguição que ele sofreu, por ser homossexual, contra o regime e escritor.

Existem cenas muito - eu disse muito - fortes acerca de temas como: tortura, assassinatos, sexo, incesto, abuso físico e psicológico, etc. Portanto, não recomendo essa leitura se você se sente desencorajado a embarcar na leitura, por conta de algum dos temas citados.
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Marcella.Pimenta 10/05/2024

Sexo e perseguição na Cuba de Fidel
Esta autobiografia foi a última obra de Reinaldo Arenas antes de se suicidar, em 1990. Escritor, homossexual e cubano exilado nos Estados Unidos, se juntou aos guerrilheiros que derrubaram o ditador Fulgencio Batista aos 16 anos, sem imaginar que estava do lado de um regime ainda pior.

O livro é uma mistura de suas aventuras sexuais (inclusive, há muito disso aqui, muito mesmo) e da perseguição que sofreu em Cuba por ser gay e contrarrevolucionario (ou seja, não bater palma pro regime).

Quem ostenta um arco-iris numa foice e martelo e pode começar a abrir os olhos por aqui. Arenas fala pouco dos UMAP (campos de trabalho forçado pra onde gays eram enviados), cita alguns amigos que passaram por lá, mas menciona a humilhação pública pela qual passavam nas escolas do Estado desde o início do regime castrista, e a "parametraje", que determinava a demissão dos funcionários públicos gays (eles não teriam condições políticas e morais para tal) da área cultural, com envio para os UMAP.

Arenas também revela alguns bastidores do começo da Revolução Cubana (a doutrinação marxista nas escolas, enquanto Fidel negava que era comunista; os fuzilamentos dos opositores e até dos aliados) e da censura aos escritores que criticavam o regime. Ele mesmo teve que esconder seus manuscritos e seus livros foram publicados apenas fora de Cuba clandestinamente.

Além da censura à liberdade de expressão, havia a de ir e vir. Reinaldo Arenas adorava o mar, mas ele só era permitido aos trabalhadores sindicalizados (e, ainda, só acessava praias específicas). Deve ser a "democratização dos espaços públicos" na cor vermelha.

O comunismo não gosta de gays, não gosta de cultura, não gosta de liberdade. Se um escritor cubano e gay não conseguir despertar um pingo de dúvida em quem pensa o contrário, é porque a cegueira ideológica chegou a um nível patológico.
Diego 31/05/2024minha estante
Muito boa sua resenha, parabéns!




Leonardo.H.Lopes 09/03/2024

"Grito, logo existo": Antes Que Anoiteça, de Reinaldo Arenas
Nesse texto autobiográfico, Reinaldo Arenas nos conta sua história sem papas na língua, haja vista que almejava o suicídio, posto que encontrava-se fulminado pela AIDS, no início da década de 1990.

Entusiasta do início da Revolução Cubana, que eclodiu na Ilha de Cuba, já com um histórico de violência e miséria, em resposta à ditadura militar de Fulgencio Batista. O que Reinaldo não esperava era que Fidel Castro transformou Cuba na “província mais pobre da União Soviética”, bem como executou todos que ousavam dar um passo fora da cartilha do partido e perseguiu, com um furor inexplicável, os homossexuais. Aliás, a homossexualidade foi considerada crime e todos os “criminosos de alta periculosidade”, condenados pelo terrível crime de ser gay, eram encarcerados em prisões tenebrosas como El Morro, bem como enviados a campos de concentração, sendo obrigados a trabalhar como escravos no corte de cana de açúcar e na construção de escolas e universidades.

Tudo é nos contado com minúcias de detalhes, o sangue, a dor, a repressão. Cuba virou uma prisão de segurança máxima onde todos, segundo Fidel Castro, eram felizes em permanecer. Muitos tentaram fugir e foram mortos. Em 1980, quando um motorista de ônibus, deliberadamente, jogou o veículo contra a embaixada peruana e conseguiu asilo político, junto com todos os passageiros que, pegos desprevenidos pelo acidente, também se recusaram a sair da embaixada, Fidel, com mentoria soviética, decidiu expulsar da Ilha os dissidentes mais ferrenhos junto com todos os loucos, ébrios, enfermos, homossexuais e aqueles indignos de viver numa revolução tão maravilhosa quanto a cubana. Cerca de 135.000 pessoas deixaram Cuba, mostrando para o mundo o quão desejável era permanecer naquele local. Com toda certeza, o país seria despovoado se o porto não tivesse sido fechado após a migração se tornar um problema de ordem pública tanto para Cuba, quanto para os Estados Unidos, destino da maioria desses refugiados. Entre essas pessoas, Reinaldo Arenas conseguiu deixar o inferno cubano.

A vida de Arenas foi marcada por uma violência e pela compulsão sexual, sendo que o escritor também não possui a intenção de esconder detalhes sórdidos de suas aventuras sexuais. Toda sua visão de mundo é marcada pelo sexo, que é enxergado em todas as suas experiências de vida. Não é um texto fácil de ser lido nesse aspecto, haja vista que tem partes realmente pesadas: incesto; estupro; zoofilia. Fiquei consciente de que o embarque na leitura também acarreta o embarque detalhado por essas facetas da experiência humana nada ortodoxas. Algumas descrições chocam.

A autobiografia de Arenas é o livro que mais me machucou na vida. Cada linha lida penetra na carne como agulha e existem trechos que são punhais fincados direto no peito destruindo sonhos. No meu coração existia uma praça e, no centro desta praça, uma estátua de Gabriel García Márquez, escritor de livros incríveis como Cem Anos de Solidão e Crônica de Uma Morte Anunciada. Por tudo que Arenas me contou e ao perceber que Gabo era amigo íntimo de Fidel, batia palmas para a ditadura castrista mesmo sabendo de tudo o que acontecia naquela Ilha maldita, a estátua foi derrubada e jogada na lama, embora os livros do escritor colombiano continuem figurando como os meus preferidos graças à eterna atividade, às vezes custosa, de separar a pessoa do escritor de sua obra literária.

Hoje, mais do que nunca, horrorizo qualquer tipo de autoritarismo e tenho profundo desprezo por todas as pessoas, inclusive os líderes atuais, que foram amigos de Castro e tecem loas públicas, sem nenhum tipo de pudor, ao comunismo, possuindo a pachorra de se declararem anti fascistas, a favor do povo e dos trabalhadores. Esses são apenas demagogos, desonestos intelectuais e hipócritas que toleram e almejam o totalitarismo que perpetua a sua ideologia.

Ao finalizar a leitura, só saímos com duas certezas: 1 - a humanidade é a lama; 2 - no capitalismo, nascemos pobres e temos a chance de uma vida digna; apanhamos e temos a chance de gritar. No comunismo, nascemos pobres e morremos miseráveis, sem liberdade de consciência; apanhamos e devemos bater palmas para não ir para o “paredon”.

Uma pena este livro estar esgotado no Brasil e sem perspectiva de reedições, a busca pela verdade sofre com esse tipo de postura por parte do mercado editorial brasileiro.
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Peter.Molina 13/02/2024

Beleza e opressão
Este é um relato autobiográfico do escritor cubano Reinaldo Arenas. Um livro forte, cortante e poderoso. Permeado de muito erotismo, mas também que denuncia o regime castrista e os horrores da revolução. Com passagens memoráveis, após a metade quase não se consegue largar o livro. São tantos revezes, lutas e dores, que não há como não se emocionar. Um livro necessário, um grito pela liberdade.
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hermesfr 16/12/2023

O horror avança a passos acelerados
?Eu diria que aquele que pratica certa beleza é, mais cedo ou mais tarde, completamente destruído. A humanidade não tolera a beleza, talvez porque não possa viver sem ela; o horror da feiura avança cada dia a passos acelerados.?
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Gabrielli 22/08/2023

Um livro ESSENCIAL
A ausência de edições desse livro no mercado brasileiro é um crime. Um relato doloroso, cru e necessário sobre a ditadura castrista, apoiada largamente por governantes brasileiros, inclusive o atual. O último grito de Arenas pela liberdade que merece ser ecoado por nós até que todos os cubanos a descubram.
Douglas.Alves 22/08/2023minha estante
Esse livro é sobre a ditadura cubana?


Gabrielli 22/08/2023minha estante
Sim


Douglas.Alves 22/08/2023minha estante
Interessante vou deixar salvo para uma possível leitura




Luh 17/05/2022

Relato surpreendente e pesado de Reinaldo Are as durante a revolução de Fidel Castro. O autor nesta autobiografia surpreende com a honestidade e objetividade nos relatos mais intensos de sua vida.
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Dika 16/04/2022

Autobiografia de Reinaldo Arenas, que passou a infância e adolescência sob regime ditatorial de Fungencio Batista e quando este caiu, passou a viver novamente sob a ditadura de Fidel Castro, que até apoiou no início, porém passou a odiar por todo o horror que viu e sofreu.
Arenas era homossexual e chama a atenção a vida promíscua que levava, talvez como válvula de escape pela extrema repressão que vivia.
Conta como era dramático viver naquela ilha e querer fugir a todo custo era o sonho de muitos, senão da maioria , arriscando a própria vida .
Ele passou a odiar comunistas e tudo relacionado a esquerda, sim. Está tudo registrado nesse livro.
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Kim 11/02/2022

O mar é a nossa selva e a nossa liberdade.
Antes que anoiteça é a deixa em que Reinado Arenas narra sua vida desde sua infância na remota Oriente, em Cuba, aos seus derradeiros dias em Nova York, nos Estados Unidos.

Como toda autobiografia, os limites entre o real e o imaginado devem ser postos a crivo em busca de uma verdade que, às vezes, nem tem o sentido almejado pelo escritor aos leitores de sua obra. Aqui, a potência criativa de Arenas é tamanha que o leitor apenas se entrega à leitura sem questionar os exageros (muitos, diga-se de passagem) ou as omissões (raríssimas, na verdade). Questionando, deixa-se passar pelo simples prazer de correr livre sobre o texto: suas palavras são encantamentos que enlevam o
leitor em continuar página após página em busca do destino almejado.

É importante destacar que Antes que anoiteça não é apenas a narrativa da luta pela liberdade de Arenas, é também o grito de socorro do povo cubano, que experencia há anos a adversidade, decorrente dos regimes políticos autoritários que se instalaram em seu país. O governo de Fidel Castro marcará para sempre não apenas a vida do escritor, mas também a vida de cada um dos cubanos, os que permaneceram na Ilha e os exilados.

Assim, Antes que anoiteça é o grito de dor e também o grito de luta pela liberdade tão almejada por Arenas. No fim, ante ao inevitável, Arenas convoca o povo cubano a continuar ?lutando pela liberdade?.
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Nina 09/02/2022

A Revolução está em nós
Fui apresentada a este livro por indicação de um canal de leitura do Youtube. À primeira vista, me interessei pelo fato de Reinaldo Arenas ser um escritor cubano, e até o momento, não havia lido nenhuma obra cubana e nem nada que retratasse o país. Até então, tudo que sabia a respeito de Cuba, tratava-se das coisas mais banais: Regime Fidel Castro, embargos econômicos, a famigerada agressão “EUA X CUBA”.

Me impactei. Ao ler, me deparei não somente com uma obra de um artista ímpar, mas também pude descobrir uma riqueza indescritível da cultura cubana em todos os aspectos. Cultura esta, que o regime totalitário fez questão de desmoralizar e renegar ao esquecimento. Como Arenas menciona em sua autobiografia, a ditadura e seus interlocutores não apreciam a arte, porque não suportam aquilo que é belo.

O livro é um relato impressionante e vívido das experiências do autor. Passou toda a sua vida sendo castigado pelas mazelas que o autoritarismo é capaz de realizar. Desde uma infância pobre e sem perspectivas, uniu-se aos revolucionários em busca de uma esperança e de uma vida melhor. Com ascensão de Castro ao poder sentiu na pele a repressão em sua pior essência. Tornou-se um dissidente.

Por ser escritor, homossexual e antirrevolucionário foi perseguido durante toda a sua vida, mesmo após ter deixado a ilha.

É uma obra bela, crua em detalhes. Forte e sensível.

Fonte de inspiração do filme Antes do Anoitecer, com Javier Bardem como protagonista. Igualmente belo.
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Leo 01/02/2022

Impressionante
Os relatos deste livro são muito tocantes, Reinaldo Arenas não polpa detalhes ao que está narrando. As imagens de quando está na prisão, ou quando esta sendo perseguido são chocantes. Ele não tinha reservas em dizer o que pensava ou sentia (sem papas na língua). Simplesmente perfeito e essencial, deveria estar ao lado dos grandes clássicos da literatura universal. É uma pena este livro ser uma obra difícil de encontrar no Brasil, praticamente esgotada.
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Figueiredo 28/10/2021

Tirando a crítica infundada do comunismo, foi muito divertido!
Relato de um escritor gay anti revolucionário, cubano e que odeia Fidel Castro. Gente, acabei de ler esse livro, autobiográfico, e meus sentimentos mais presentes foram:
1- Quantas aventuras sexuais de Reinaldo Arenas! Eu adorei hahaha era na praia, no barco, na prisão, na padaria 😂 quanto mais reprimida a população é, mais ela anseia por liberdade. É um livro +18, muito dolorido, mas adorei as histórias sexuais dele 🔥
2- Ele diz que critica muito o comunismo, mas não critica a teoria marcista, e sim os erros cometidos por Fidel Castro e seus companheiros, mas vamos combinar? Governo totalitário e homofobia pode ser de esquerda, direta ou centro. Então, eu não acho que ele nem saiba o que significa comunismo (como a maioria)
3- Apesar da minha crítica, é um livro bem escrito, e quanto ele sofreu! Um gay, escritor, na época do livro, 1960-1990 deveria realmente ser duro. Ele sofreu demais. Mas, de novo, não pelo comunismo, mas por outros quesitos.

site: https://www.instagram.com/cleubooks/
Figueiredo 27/02/2024minha estante
O Brasil capitalista deu certo mesmo? nossa kkkkkk




Jamile 22/02/2021

Cuba durante o regime Fidel
O livro é realmente impactante. Trata-se da autobiografia do Reinaldo onde relata os anos vividos sob o regime ditatorial comunista de Fidel Castro. Altamemte recomendado para quem deseja saber de fato o que aconteceu nesse período e contado por alguém que viveu e foi testemunha ocular do ocorrido.
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Locimar 16/08/2020

Grande Arenas
Vi o filme porque li o livro. O relato e a vida deste grande escritor cubano me fizeram chorar várias e várias vezes. Dai me repito e repito quantas vezes forem necessárias: obrigado a todas e a todos os que me precederam e abriram caminhos a custa de dor, sangue e lágrimas para que eu pudesse ser livremente quem eu sou: um homem gay em sua inteireza!
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