Érika dos Anjos 24/03/2011Um calhamaço de quase 500 páginas que fala sobre toda a vida de uma mulher fútil, mal-amada, ninfomaníaca e, às vezes, até malvada. Se formos levar por esse ponto de vista, o livro de Judith Krantz não vale nem a pena passar perto. Porém, lendo nas entrelinhas e deixando de lado, um pouquinho, a falta de caráter e até mesmo de carisma da protagonista, dá pra levar. Principalmente, se você, como eu, se encantar com a história dos coadjuvantes Valentine O’Neill, Spider Elliot e a hilária Dolly Moon!
A história começa com a loja Luxúria, a mais chique do país e com o nome mais parecido possível com sua dona, a riquíssima Billy. Ela contrata os 171, mas gente da melhor qualidade, Vallentine e Spider para gerenciar sua loja, que gastou milhões mas que não está rendendo o esperado. Porém, Billy faz isso com o jeito mais nojento possível e com o maior ar de 'sou a melhor' que consegue.
No entanto, nem sempre foi assim. Logo depois, conhecemos como era Billy na infância e adolescência. Uma menina gordinha e inteligente, que sofria bulliyng até da família e que só foi se descobrir quando viajou para Paris e conheceu pessoas muitíssimo interessantes, além de fazer uma dieta restritíssima (na verdade nem propositalmente). Vamos acompanhando aos poucos a evolução de Billy, suas malfadadas tentativas sexuais e sua sede de conhecimento, até que ela conhece o rico empresário Ikehorn. Aí tudo muda.
Inicialmente, eles têm a melhor vida do mundo e ela o acompanha em tudo. Porém, ele fica doente e é aí que vemos a verdadeira Billy aparecer, dando para todos os homens que vê na frente, maltratando as pessoas e, como não poderia deixar de ser, sofrendo o pão que o diabo amassou e culpando sua família e seu passado. Até que ela conhece o cineasta Vito Orsini, um italiano em todos os sentidos, e se apaixona por ele. Mesmo assim, sua veia ruim não se altera, mas ela passa a baixar a cabeça para o homem.
Nesse meio tempo, continuamos acompanhando as aventuras, e principalmente desventuras, de Vallentine e Spider, que conseguem fazer da Luxúria novamente a melhor. Porém, enquanto profissionalmente estão na melhor, pessoalmente a coisa é diferente e eles têm vários embates por causa disso. Na minha opinião, bem mais interessantes do que os de Billy.
Também acompanhamos o núcleo do filme que está sendo gravado por Orsini e é aí que entra a ótima Dolly, que dá uma novo gás ao livro que ia se perdendo em suas centenas de páginas. Com ela, o clima se torna mais leve e até mesmo a megera Billy passa a ser mais tolerante e até mesmo simpática.
Tudo se desenvolve para a noite do Oscar, citada logo no primeiro capítulo do livro, e onde termina a história. Porém, antes disso, o leitor se depara com várias barrigas de texto, momentos sem grandes inspirações, mais e mais homens pegando a Billy e, pelo lado positivo, alguns bons diálogos e até mesmo ação, envolvendo os envelopes do Oscar, uma Dolly com a barriga de 9 meses de gravidez e um nerd apaixonante!
Enfim, se você estiver com bastante tempo disponível, vale a leitura. Mas, não se sinta culpado se der vontade de avançar algumas pagininhas... garanto que é bem normal neste livro!
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