O Homem que Sabia Javanês

O Homem que Sabia Javanês Lima Barreto




Resenhas - O homem que sabia javanês


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Américo 02/03/2015

Lima Barreto em sua melhor forma
Um livro curto, de rápida e agradável leitura, e igualmente brilhante. Um daqueles livros "obrigatórios" de literatura brasileira, mas que por incrível que pareça, é genial e muito interessante, nada monótono ou rebuscado. Um dos livros mais divertidos (ao lado de O Auto da Compadecida) que já li.
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Ludmila103 31/08/2016

O homem que sabia Javanês
O livro possui vários contos, mas o principal é “O homem que sabia javanês”.
Ele conta a história de um homem que está sem trabalho e passando muita necessidade. De repente ele viu no jornal um anúncio que procurava um professor de javanês, sem saber que língua seria essa, ele resolveu ir à biblioteca
pesquisar e descobriu que é um idioma falado na ilha de Java ,ele simplesmente estudou o alfabeto e algumas regras gramaticais da língua, e se apresentou ao interessado, depois de algumas aulas, o senhor que havia lhe contratado, percebeu que seria mais difícil do que imaginava e recrutou o rapaz apenas para traduzir um livro, como ele não tinha conhecimentos suficientes, inventou algumas histórias e contou ao senhor, depois disso ele foi indicado ao ministro e virou cônsul brasileiro no exterior.
Tem uma linguagem bem diferente dos livros que li,mas tem um humor inteligente e ao mesmo tempo muito simples.
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Stephanie214 06/11/2024

Um conto humorado e crítico
Neste conto de Lima Barreto temos o protagonista chamado Castelo que conta para um amigo de quando se tornou professor de javanês, tudo começou com um anúncio que dizia " procura-se professor da língua javanesa", então ele resolveu estudar javanês por conta própria e só aprendeu 4 palavras ao todo e mesmo assim ele procura a pessoa do anúncio que era um senhor idoso que era conde e queria ter aulas de javanês para assim conseguir ler um livro de seu pai. Mesmo não sabendo quase nada de javanês ele continuou com o fingimento e traduziu o livro e acabou caindo nas graças do conde conseguindo assim um bom dinheiro e continuou enganado muitas outras pessoas e chegando até a trabalhar em altos cargos do governo por conta de seus "conhecimentos em javanês".
Acredito que esse conto bem humorado seja uma crítica as pessoas que fingem ser uma coisa que não são e os falsos intelectuais.
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Phelipe Guilherme Maciel 03/03/2017

Crítica bem humorada à Sociedade Brasileira e aos falsos intelectuais.
Lima Barreto é filho de pai e mãe negros, escravos, que após a abolição da escravatura trabalharam respectivamente como tipógrafo e professora, dando assim ao filho total acesso à educação. Lima Barreto cresceu com olhos vorazes para criticar a sociedade brasileira, que considerava racista, preconceituosa e hipócrita.
No conto "O Homem que Sabia Javanês", o escritor conta de um malandro que sobrevivia de pequenos golpes, muitos deles desaparecer sem pagar a pensão, contar mentiras e que gostava da vida mansa.
Numa situação que estava enrascado, viu o anuncio que buscava-se um professor de Javanês para ensinar um poderoso conde. Ele sem saber mais que 4 palavras da língua, que pesquisou previamente à entrevista que dar-se-ia na casa do Conde, ludibriou-o como grande mestre de Javanês, filho de Javanês nato.
Não apenas enganou o Conde, mas virou membro do governo brasileiro como Consul e Diplomata, indo inclusive ao estrangeiro para representar o país.
Uma crítica excelente à uma sociedade hipócrita que valoriza tantos falsos intelectuais, contada com humor excelente e irônico.
Cabe lembrar que Lima Barreto, grande intelectual escritor de romances como Clara dos Anjos, Triste Fim de Policarpo Quaresma, Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá, entre outros, foi um grande crítico de sua época, que não pode terminar os estudos devido a falta de apoio da intelectualidade brasileira, negado na Academia Brasileira de Letras simplesmente por ser negro (Instituição essa fundada por um mulato, Machado de Assis), que morreu desiludido e pobre, sem ver a maioria de seus romances ser sequer publicada, a grande maioria veio a ser impressa postumamente.
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Brunov 03/03/2017

Como se livros apenas fossem calços, melhor, muletas
História curta e engraçada, porém seu doce à boca torna-se amargo no estômago. Não posso dizer que hoje em dia estejamos nesse nível de filisteus da cultura generalizadamente, quer dizer, de pessoas que se eivam pelo quanto sabem sobretudo cientificamente, outrossim aquém; o mais próximo seriam os Nerds. Homólogo é a diplomalatria em detrimento do empirismo, em sentido vulgar - até pela sua inconsistência essencial.

E, essa demanda pelo canudo move uma máquina que corrompe o ensino, nota-se que efeito colateral aos programas de maior inserção escolar em todos os níveis, tem-se a redução geral da qualidade, o que tem aspectos positivos, como uma ascensão sensível na qualidade de vida das classes mais pobres, por outro lado não se reflete na produtividade geral, inclusive no nível de qualidade da produção acadêmica nacional, a qual se mantém com um mesmo número aproximado de obra de impacto a despeito do crescimento exponencial da produção fordista.

Carecemos, enquanto sociedade, de um processo de metacognição social, o conhecimento de como conhecemos ser senso comum. Que comecemos com a particular.

(Acho que Nietzsche diria outra coisa, não?)
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Geh 05/10/2017

Ótimo
Uma crítica até hoje para nossa atual realidade.
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Isa Beneti 02/09/2020

A Esperteza e a Falsidade brasileira
Esse pequeno texto de Lima Barreto me fez refletir muito não apenas sobre a genialidade desse escritor (que é um dos mais admirados por mim entre todos da literatura brasileira) mas também sobre sua coragem. Afinal, suas críticas, direcionadas a figuras típicas da sociedade da época, são MUITO explícitas (ao contrário, por exemplo, da ironia sutil machadiana) realizadas por meio de personagens extremamente exageradas e cômicas, tal como Castelo: um pseudointelectual muito cara de pau, que finge ser fluente em javanês para ascender socialmente. Essa ascenção de fato ocorre, e Castelo se torna um diplomata. Assim, Lima Barreto faz críticas esculachadas não somente aos pseudointelectuais da sociedade brasileira, mas a toda diplomacia/academia da época.

O livro também conta com outros 4 contos de escritores contemporâneos a Lima Barreto que se inspiraram direta ou indiretamente na sua obra para desenvolver seus textos. Todos eles também realizam críticas explícitas e cômicas à falsidade e à esperteza dos brasileiros por meio da construção de personagens que são caricaturas de certos "tipos" da sociedade da época. "O Inventário", por exemplo, é um conto incrível que mostra o caso de um velho (vovô) que ganha dinheiro com um "golpe". Uma das vítimas desse golpe foi um dono de terras pão duro ainda mais falso e mentiroso que o velho, e vovô tenta explorar essa figura ainda mais.

"Fulanga" é um conto muito engraçado que também discorre sobre um pseudointelectual que tenta se pagar de esperto com histórias num bar.

"A Volta por Cima" é o que mais diretamente se refere ao conto de Lima Barreto, contando mais sobre a vida do homem que falava javanês como se ele de fato existisse e até mesmo planejasse se vingar do escritor por ter escrito um conto sobre ele.

Por último, "Publicitário do Ano" conta a história de um comunicador de massas que trabalhava no Ministério do Turismo de São Paulo, promovendo a capital de maneira esperta, mas sem verdadeiramente valorizar a cidade (na primeira oportunidade que tem, vai passar suas férias no RJ).
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Leila de Carvalho e Gonçalves 22/07/2018

Garanta O Seu
Admiradora de Lima Barreto, ganhei esse livro de presente de Natal e estou encantada com a qualidade da edição que atesta a importância da Cosac & Naify e a imensa perda que ela fará com o encerramento de suas atividades dentro de poucos dias.

Belissimamente ilustrado pelo paulista Odilon de Moraes, ele apresenta um dos melhores contos do escritor. "O Homem que Sabia Javanês" tem como cenário o Rio de Janeiro, quando ainda era a Capital Federal. Seu protagonista é um tal de Castelo que narra para Castro, seu amigo, como subiu na vida, fingindo conhecer o exótico idioma. Trata-se de uma denúncia em tom de piada contra a ineficiência do funcionalismo público, o vazio intelectual e a ostentação de uma elite incompetente.

Especialmente recomendado, garanta o seu.
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Gladis Klein 29/08/2018

Um conto de de 1911 que se mostra cada vez mais atual.
É uma sátira aos políticos, aos que se consideram letrados, ao vazio intelectual e a incompetência .
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Caderno de botas 20/11/2018

Lima Barreto não foi nem um pouco diplomático nesse conto, muito menos foi sutil. A gente percebe muito nitidamente sua frustração com o meio intelectual do qual fazia parte, mas não era bem-vindo. Castelo engana e ainda se gaba, esfregando na cara daqueles que realmente se esforçam para conquistar uma boa posição o quanto ele é superior em esperteza, e debocha do povo que lhe concede prestígio por nada.

site: https://cadernodebotas.blogspot.com/2018/11/o-homem-que-sabia-javanes-lima-barreto.html
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Gladston Mamede 21/02/2019

Essa edição da Editora Ática é interessante: abre-se com o famoso (e excelente) conto de Lima Barreto e completa-se com contos de autores modernos. O primeiro, de Lourenço Cazarré, é delicioso. Os outros são menos agradáveis de serem lidos.
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Lara 13/02/2020

Legal
Um conto cômico e interessante, mas não é um dos meus preferidos.
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Nike.K 10/04/2020

Um conto cômico que demonstra como é fácil se dizer de culto só sabendo duas coisas do assunto.
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Paola 21/04/2020

Atemporal
É incrível como a crítica desse conto ainda serve nos dias atuais.
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KamillaBarcelos 06/02/2009

Nesta história, Lima Barreto com maestria consegue abordar um tema muito pouco usado pelos escritores, que são os falsos intelectuais. E que no Brasil muitos são até bem valorizados.
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