Carstairs 13/03/2022
Prazeres violentos têm fins violentos
?Esses prazeres violentos têm fins violentos,
E falecem em seu triunfo, como o fogo e a pólvora,
Que, ao se beijarem, se consomem.?
Pois um conto mais triste o mundo não nos deu que a história de Julieta e seu amor, Romeu. Essa é, senão, a frase perfeita para descrever a obra que é Romeu e Julieta, considerada um dos maiores magnum opus de Shakespeare, essa é uma tragédia que mistura amor, ódio, vingança, justiça, tudo conduzido com tom melancólico e magistral como só Shakespeare é capaz de fazer.
Desde pequeno sempre me fascinou a história de Romeu e Julieta, culpa disso foi por minha mãe me ter colocado para assistir à versão de 1996 protagonizada por Leonardo DiCaprio e Claire Danes. Um romance trágico sobre como uma rixa familiar leva dois jovens apaixonados a tomarem atos desesperados. Mas qual é essa história magnânima que atravessa gerações e séculos? Romeu e Julieta são dois jovens de nobres famílias da cidade de Verona, rivais desde o seio materno, os Montechios e os Capuleto são conhecidos pelo ódio comum que há entre ambos e não há um só membro ou associado à ambas famílias que não se odeiem igualmente. O destino, contudo, brinca com ambas dinastias quando Romeu e Julieta se apaixonam de forma perdida e descontrolada.
É perceptível o porquê de Romeu e Julieta ser uma história atemporal e ter se tornado o clássico que é. Por ser uma peça teatral, todo o brilhantismo de Shakespeare é expresso em diálogos complexos que refletem as angústias, as mágoas, esperanças e desejos desses personagens. O fato de ser uma peça teatral também abre espaço para que nossas imaginações corram soltas e livremente. Da mesma forma que isso é bom, pois o leitor tem a liberdade para imaginar e criar toda uma cenografia em sua mente, também é ruim quando em muitos momentos é difícil tirar a ideia do que Shakespeare quis dizer em diversas passagens e falas.
Esse é outro ponto também a se destacar, não apenas em Romeu e Julieta, mas em muitas outras obras do gênero de peça teatral. A genialidade que há por trás em conseguir construir todo um enredo repleto de nuances e camadas utilizando-se única e exclusivamente de falas e monólogos que exprimem para o leitor sensações palpáveis e humanas, além de conduzir o emocional de quem estiver lendo ou então assistindo. Um trabalho brilhante e perfeito.
Romeu e Julieta é uma tragédia e não um romance como muitos confundem, e que eu deveria ser lida por todos pelo menos uma vez na vida, seja por curiosidade ou pelo desejo de entender o burburinho ao redor da história ricamente escrita que atravessou gerações e continua emocionando as pessoas mesmo após quatrocentos anos desde sua primeira encenação.