Resenhas - Auto da Barca do Inferno

Rafael3259 21/04/2020

Glória suja, danação atrevida
Poeticamente acusadora é esta obra de Gil Vicente. Apontando descaradamente a hipocrisia de sua época (e ainda tão atual) com versos afiadíssimos e regados de humor e ironia. O demo rouba a cena de maneira magistral, cínico e bem humorado. O anjo, barqueiro de nariz empinado, pisando nos quais se julgavam donos do mundo; mas, ainda assim, banhado em soberania divina questionável. Assim é no porto onde se deparam os mortos com a barca bem guarnecida e a barca do inferno. Em qual pensas tu que embarcará?

beariddle 21/04/2020

É um livro que eu não iria ler normalmente, mas como apareceu na minha frente, decidi dar uma chance.
É algo bem "realista" segundo as crenças que nos vem sendo imposta à séculos. Paraíso e inferno, nada mais.
E o mais incrível é presenciar tais pessoas que estavam destinadas ao inferno tentarem se salvar a todo custo, alegando status e até idas a igreja.
Vemos que poucas pessoas foram destinadas a barca do Paraíso e os que foram negados, ainda se viam no direito de se explicar.
No fim, é um retrato muito bem feito da sociedade cristã e não cristã ao logo dos anos. Conheço muitas pessoas que foram descritas nessa história.

Beatriz 20/04/2020

Refletindo com Gil Vicente
O “Auto da Barca do Inferno” é uma obra escrita por Gil Vicente e lançada em 1517 para ser representada no meio teatral. Tem como contexto histórico a passagem entre a Idade Média para a Idade Moderna, oscilando entre os valores das duas épocas, sendo o lado medieval expresso pela figura divina ainda guiando o cotidiano e o lado moderno representado pela as duras críticas feitas à sociedade. O autor, Gil Vicente, era um grande dramaturgo português, considerado pai do teatro lusitano.

A peça lida, retrata a chegada de diversos personagens, que após sua morte buscavam um destino final para sua alma, em um porto com duas barcas. Uma barca era liderada por um anjo, e levava ao paraíso celestial e a outra comandada pelo Diabo e seu companheiro, destinada ao inferno.

Cada personagem representa uma parte da sociedade daquela época. O fidalgo, por exemplo, foi o primeiro a chegar, e retrata a nobreza, sendo condenado ao inferno por seus pecados. Em seguida, o agiota também é destinado a mesma barca, devido sua ganância, e mesmo após ter aceitado sua “sorte”, tenta buscar sua riqueza, sendo impedido pelo Diabo.

Na sequência, o parvo (tolo, ingênuo) consegue embarcar na barca liderada pelo anjo, devido sua humildade. Os que vieram a seguir foram: o sapateiro (enganador), o frade (falso moralista religioso) e sua amante, Brísida Vaz (feiticeira e alcoviteira), o judeu (odiado por toda a sociedade), o corregedor e o procurador (manipuladores da justiça por benefício próprio); todos embarcaram na barca do Diabo. Por fim, quatro cavaleiros das cruzadas são destinados ao céu.

A obra crítica a hipocrisia da sociedade de uma forma cômica, deixando claro mensagens como “Não espere colher o que você não plantou”; “Por mais que você acumule bens, na morte não poderá levá-los”; e muitas outras. Gil Vicente entrega um texto reflexivo que dá margem para uma auto análise. Uma leitura rápida e dinâmica.

Italo.Silva 20/04/2020

Distante há anos e próximo a realidade
Livro muito bom, uma linguagem um pouco diferente da nossa, porém o próprio livro nos ajuda a entender essas partes com difícil entendimento. Ótima leitura para ver e entender que mesmo problemas que existiam há 500 anos atrás ainda estão presentes em nossa sociedade, e Gil Vicente consegue transmitir a nós toda história fazendo críticas a partir da ironia.

Jvcsantanna 19/04/2020

Leitura complicada
O que me fez desgostar do livro foi a sua forma de escrita. Por ser um auto, feito mais para encenação do que para leitura, ler já é uma tarefa não muito fácil, mas fica ainda mais difícil com a escrita da época. Em vários momentos tive que procurar significados no dicionário. Claro que isso não diminui a importância ou riqueza do livro, mas impactou na minha experiência pessoal de leitura. Conta a história de vários personagens que, ao morrer, se deparam com duas barcas e seus guardiões. O diabo e seu companheiro guarda a barca do inferno e o anjo guarda a barca da glória. Os personagens carregam com eles objetos que representam seus pecados em Terra e é interessante ver o julgamento de cada um deles e suas noções sobre os próprios feitos em vida.

Vinicius.Secco 16/04/2020

Resenha sobre o livro " Auto da barca do inferno"
Auto da barca do inferno,foi uma peça escrita no século XVI especificamente em 1517.A obra foi feita em um período de transição entre a Idade Média e o Renascimento, e está explícito a crítica feita pelo autor,com o intuito de corrigir os costumes da época.
A obra nos indica, que no momento em que acabamos de morrer chegamos em um rio, onde obrigatoriamente teremos que passar por duas barcas que estão atracadas em um porto,uma delas vai em direção ao inferno e outra ao paraíso.Cada barca tem o seu comandante: o do paraíso é um anjo, e o do inferno o diabo e seu companheiro, esses comandantes tem a função de recepcionar quem vem aos seus barcos,e analisar se podem ou não entrar, durante o decorrer da história Gil Vicente manda vários personagens com personalidades bem distintas, os pecados cometidos por eles vão junto em forma de objetos.
O primeiro deles é um nobre fidalgo, que pensa poder ir ao paraíso simplesmente por ser rico,porém por conta de seus pecados é recepcionado na barca do diabo. O segundo personagem é um Onzeneiro ( um banqueiro da época,emprestava dinheiro e cobrava juros elevados)ele pensava que podia ir ao paraíso por ter ajudado as pessoas,emprestando dinheiro a elas, porém esqueceu que com os juros altíssimos que ele cobrava, acabava piorando a situação do povo, assim foi recepcionado na barca do inferno.O terceiro é um Parvo, chamado Joane,que imaginava ir ao inferno por ser, um indivíduo de pouca inteligência, chegando a barca do diabo, ele xinga o diabo de várias formas, e após isso vai a barca do anjo, que o aceita por não existir malícia no Parvo.O quarto é o Sapateiro, que acha que por ter se confessado ao padre antes de morrer o garantiria um lugar no céu, porém ele sempre enganou e explorou o povo enquanto era vivo,então foi para a barca do inferno.O quinto é um Frade, ele vem com sua amada que era uma prostituta,e era feliz, principalmente por achar que pode ir para o céu por ter servido à igreja, mas ele era um padre que tinha uma amante e cometeu outros pecados, assim foi recepcionado na barca do inferno. A sexta é a Brísida Vaz, uma cafetina(cuidava das prostitutas) que chega com um colar com seiscentos homens postiços(representando seus pecados), ela pensava que poderia ir para o céu por ter "salvado a vida daquelas meninas", mas na verdade ela às explorava ,às enganava e também seus clientes, mentindo que elas eram virgens, também foi para a barca do inferno.O sétimo é o Judeu, que chega lá com o seu bode e implora para o diabo lhe dar um lugar em seu barco,o bode era o símbolo dos judeus, ele também entrou na barca do inferno.O oitavo e nono aparecem no mesmo momento,são o Corregedor e o Procurador ,ambos acham que podem ir para o paraíso porque trabalhavam com a lei, esquecendo de seus momentos de desonestidade ao fazer justiça,esses também vão para a barca do inferno.O décimo é o Enforcado, que pensava que poderia ir ao céu, por ter pagado seus pecados quando foi enforcado,porém não,esse também acompanhou a barca do inferno. E por fim temos os Cavaleiros Cruzados, que morreram na cruzada defendendo Jesus Cristo,com isso eles são recepcionados pelo anjo e vão diretamente para a barca do paraíso.
Eu gostei do livro,com cada personagem Gil Vicente faz uma crítica a cada camada social , em uma sociedade muito desonesta.É perceptível a ideologia de céu e inferno, e o quanto os "pecados" cometidos em vida,tem poder na hora da decisão para onde ir ( céu ou inferno).É um livro com muitos diálogos,em algumas partes é engraçado, pequeno,fácil de ler e tem uma história interessante,vale a leitura!

Lu | @rei_no_literario 14/04/2020

Tem uma linguagem um pouco mais complicada por ser um livro escrito por volta de 1517. Fora a isso é um livro bom. Ele conta a história de pessoas que são julgadas após a morte e precisam ir para a barca do inferno ou para a barca da glória. Muitas delas levam algo que usavam em suas vidas, mostrando para nós seus pecados e vícios (além do apego). Nesse livro podemos observar que muitas das coisas consideradas erradas na época são até hoje, o que torna o livro um pouco mais atual. Não acho que todos irão gostar do livro, mas para quem se interessa por livros clássicos acho que é uma boa opção.

Rafa 13/04/2020

Até a eternidade?
Uma reflexão a respeito da santidade. Apesar de curta, sinto q é o tipo de história q carregarei comigo por um bom tempo, por mais q n tenha sido tão emocionante assim (risos)

Davi.Lima 12/04/2020

Bom
Muito bom com personagens bem cômicos. Achei o final um pouco seco. Mas valeu a pena

taylany.rodrigues 07/04/2020

Clássico.
Este livro é um clássico da literatura. O que me incomodou bastante foi a versão que eu peguei mesmo, porque algumas palavras ?impossíveis? de entender.

Kssia 06/04/2020

Um livro bem divertido de se lê. Fazendo uma crítica a sociedade da época contudo pode ser aplicada a sociedade atual.

Enzo 04/04/2020

O auto da barca do inferno
Leitura leve, simples e rápida, ideal para quem busca espairecer a mente. Como estudante de direito, sempre me encanta a argumentação, mesmo que seja num nível tão leve, o que não é problema, pois essa não é a proposta da alegoria. Cada personagem busca fugir do diabo se valendo de glórias em vida, mas o diabo é ardiloso e reconhece as falcatruas de todos. Por incrível que possa aparentar, o Diabo não é o vilão aqui, ele somente cumpre seu trabalho, quem ele chama para sua barca é porque deve ser chamado. A outra figura, o Anjo, cuja barca tem como destino o paraíso, corrobora com todas as decisões do Diabo, atestando o que eu disse, os vilões da história são os próprios personagens. Acredito que Gil Vicente buscou satirizar a sociedade lusitana da época, pois até mesmo frades e nobres não escaparam do inferno, vale lembrar que a época em que foi lançado, na gênese do século 16, Portugal ainda contava com uma igreja católica intocável em seus territórios, incluindo o Brasil, que já havia sido descoberto, mas ainda estava no escanteio. No mais, a leitura foi me de um excelente passatempo, além de ter me deixado um pouco mais receoso de conhecer o inferno, embora, como aspirante a advogado que sou, provavelmente teria mais argumentos contra o Diabo, poderia até não vence-lo mas de certo conseguiria enrola-lo por algum tempo.

Afegc 01/04/2020

Peça teatral
Como se trata de um auto, esse gênero não foi concebido para ser lido, mas para ser encenado. Gil Vicente, autor do livro, escreveu essa breve peça satirizando figuras proeminentes da sociedade portuguesa do século XVI. Nota-se logo a hipocrisia e a imoralidade presentes naqueles tempos com as figuras de membros da alta sociedade portuguesa como as personagens do fidalgo e a do frade.

lumybea 30/03/2020

A condenação.
Quando o diabo chamou, nenhum dos personagens foi sem relutância para a barca. Mas Joane, por exemplo, pela sua sinceridade foi salvo pelo anjo, pela sua inocência o anjo foi piedoso.

Loira 30/03/2020

Fiz um trabalho sobre ela
Lembro-me bem, tive que fazer um resumo dessa obra, a li várias vezes e a resumi com poesia.
A qual terminou assim:

Por fim vieram os quatro
Os cavaleiros valorosos
Morreram por Jesus Cristo
Eles eram muito devotos

De Braços abertos o anjo os recebeu
Pois esperava o que por Jesus morreu
No meio da guerra aquele grupo faleceu
E apesar da morte, nenhum deles perdeu

O Diabo ainda tentou
Mas com eles não conseguiu
Seus destinos estavam escritos
O céu para eles se abriu

Morreram pelejanto
Em nome de Seu SENHOR
Mártires da santa igreja
Orgulho do Criador