Bruna Britti 10/02/2013
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Colby Lane é um ex-mercenário que acaba indo trabalhar como chefe de segurança de uma empresa. No primeiro dia, descobre que aquela era a semana em que os funcionários podiam trazer seus filhos, e acaba topando com a introvertida Bernadette. O primeiro encontro não é nada amigável e, mais tarde, ele descobre que a tratou mal nada menos que a filha de sua ex-esposa, Sarina. Por sinal, ela trabalhava já há algum tempo, e também fica surpresa ao vê-lo.
Sua relação com Sarina era dolorosa, e conviver com ela no dia a dia não seria fácil. Principalmente ao ver como ela e Rodrigo Ramirez pareciam tão íntimos. Para ajudar, sua relação com Bernadette não era das melhores, Colby não sabe lidar com crianças e ele tinha certeza que a menina o odiava. Porém, o convívio com a ex-esposa o faz relembrar antigos sentimentos que ele outrora pensara ter esquecido, e começa a pensar se eles poderiam ter uma segunda chance.
Eu adoro Diana Palmer e sou apaixonada por seus livros. Em tempos em que não acertava minha leitura, Forasteiro foi minha tentativa de sair da “ressaca literária”. E não é que deu certo? Gostei muito desse livro, pois traz tantos aspectos diferentes sem - ao mesmo tempo -, deixar de levar a marca conhecida da autora.
O pano de fundo da história é a separação de Colby e Sarina e o reencontro deles anos depois, na empresa onde os dois trabalham. Embora eu tenha gostado e muito dos personagens, ressalvo que me desagradou o motivo da separação. Isso porque Colby fez algo tão grave que, numa situação mais realística, não acho que haveria sequer a possibilidade de um perdão. O personagem que deveria agir como o galã salvador troca de papel e age como… bom, um imbecil. Porém, como estamos falando de Diana Palmer - e, entre nós, esta aí uma autora que adora um bom drama mexicano -, acabei relevando e segui em frente com a leitura.
Se por um lado Colby foi o vilão certa vez, por outro ele carrega o peso dessa ação em sua consciência de tal forma que consegue passar ao leitor seu arrependimento verdadeiro. Seu ato pesou tanto no passado que Colby quase destruiu a si próprio ao se entregar ao álcool. A recuperação foi difícil e dolorosa, mas é interessante que a autora tenha feito um personagem mais frágil, ligado a um vício real e comum. Diana Palmer mostrou as consequências do alcoolismo e soube retratar isso muito bem. Inclusive, sua dependência alcóolica resultou em uma missão mal sucedida na África, nos tempos em que era mercenário: Colby perdeu parte de seu braço. Isso soma para que tenhamos um personagem com características mais reservadas, marcado pelas cicatrizes de seus atos passados.
Porém, o tema pesado da separação acaba sendo quebrado pela relação que Colby adquire com Bernadette no dia a dia da empresa. Aliás, eu adoro quando há crianças na história, Bernadette é tão fofa que rouba a cena do casal principal várias vezes. O modo como Colby não sabe lidar com crianças e – pouco a pouco –, ganha a amizade de Barnadette é fofo e traz momentos mais leves e doces à história. O laço familiar é fortalecido por um toque paranormal que a autora acrescenta a obra. Alguns podem não gostar, mas esse toque a mais caiu como uma luva para a história. Quem ler entenderá o que eu digo.
O livro também reúne personagens antigos de outras histórias, embora eu achei um pouco confuso. Tantos personagens juntos, revivendo antigos acontecimentos, faz com que o leitor se perca um pouco (principalmente no meu caso, que li os livros dessa autora faz algum tempo). Fora isso, com um estilo meio melodramático, Diana Palmer consegue passar a história de um amor que, entre indiretas engraçadas, segredos pessoais, ação e cenas de lágrimas e arrependimentos, consegue a redenção e procuram tentar novamente. Boa pedida para quem é fã da autora.