spoiler visualizarthay version 12/07/2024
Sempre me pego pensando no que faz eu ler um livro em um dia. Se eu sou de fato movida pela história ou se eu leio porque eu quero chegar logo ao fim e nunca mais falar dos personagens.
Com Leitura de Verão, eu sinto que eu nunca queria ter terminado, mas não conseguia evitar correr para cada capítulo seguinte, porque isso de alguma forma fazia eu me sentir em casa.
Sempre dou ênfase às vivências reais contadas pela Emily Henry, porque isso aproxima, instiga, emociona, enraivece taaanto. E desde que eu li as palavras da Emily pela primeira vez, eu fiquei encantada! E talvez essa seja a palavra que mais se aproxima do que eu senti, mesmo não tendo certeza se eu consigo nomear o que de fato eu sentir enquanto lia Loucos por Livros. Só sei que a cada livro novo dela eu buscava essa sensação, buscava qualquer fragmento de emoção que me deixasse extasiada tal qual eu fiquei com Nora e Charles. E eu finalmente consegui igualar essa sensação com January e Gus.
Mas para além da construção deles como casal, amo especificamente a construção pessoal da Janie. Porque eu adoro ler sobre pessoas *mulheres, principalmente * que são capazes de se sobrepor ao caos que suas vidas se tornaram. Gosto de ver como toda essa construção não acontece do dia para a noite, como não é um amor que vai cicatrizar as dores, ou expulsar todos os traumas. Mas que esse desenvolvimento depende apenas da própria pessoa. Que querer ser melhor, depende exclusivamente de si.
Além disso, gosto como aos poucos, a relação deles foi se tornando algo mais forte e impactante do que já era. E que, mesmo quando havia as discussões entre eles, só fortificava mais isso que eles já tinham.
Quero dizer que de alguma forma, eu chorei. Chorei porque assim como a January, eu passei a odiar o pai dela (com a diferença de que, ele continuava sendo o pai dela, apesar dos erros), passei a odiar a mãe dela, mesmo sabendo que não havia grandes motivos para isso. Mas acima de tudo, eu chorei porque havia algo na Janie que se alinhava com o que há em mim.
São tantos pontos a citar que eu acho que uma simples resenha não seria capaz de abordar tudo. Queria poder explanar em palavras as sensações que percorreram em mim enquanto lia, e até agora mesmo, ao lembrar de cada tópico que eu quero falar.
Quero dizer que houveram tantos momentos que me marcaram mas que sobretudo estes;
"Quando eu olho você dormir, eu me sinto inundado de emoção por você existir"
" Eu nunca tinha conhecido alguém que fosse tão perfeitamente minha pessoa favorita"
me fizeram sentir tanto. Porque de alguma forma, são declarações que a gente compreende bem a fundo. Nossas emoções, nossas dores e principalmente nosso amor, são compreendidas a partir de como eu me conto para o outro. Em algum lugar diz que "O amor se compreende na medida que eu amo o outro", e não há nada mais amável que compreender e amar a existência desse outro que tanto significa para nós.
Mesmo não querendo, sinto que preciso terminar. Mas ao parar por aqui, deixo um questionamento que surgiu de modo tão pequeno ( e que nada tem haver com o romance do Gus e da Janie) mas que se fez tão grande e permaneceu em mim: "o que faz a gente insistir permanecer em algo que claramente nos maltrata?"