Fran Kotipelto 27/11/2010
"há muito estou fora do tempo."
"O que você escolheria, Georg, se um poder superior lhe desse a possibilidade de escolher? A gente pode imaginar, quem sabe, uma fada cósmica nesta grande e enigmática aventura. Você teria optado por uma vida nesta Terra, breve ou longa, dentro de cem mil ou cem milhões de anos?". [...] "Ou teria se recusado a participar deste jogo por não poder aceitar as regras?".
Passamos grande parte de nossas vidas preocupados com colégio,faculdade,trabalho,relacionamentos,pensamos no futuro,no passado,e no presente,sentimos medo de uma gama de variáveis,e por fim nos encontramos com a senhora das cores,a "Morte",tão intimamente ligada ao ser humano,tão bem apresentada em "A Menina Que Roubava Livros",e como muitos preferem filosofar,"a única certeza que temos".
Em "A Garota das Laranjas",Gaarder não trata a morte de forma triste e melancólica,fazendo assim com que possamos entender que quando pensamos em quem já se foi, é como se essas pessoas pudessem viver eternamente dentro de nós mesmos, fazendo com que passemos a dar mais valor a vida, buscando um objetivo para nossas ações, para que "possamos ser lembrados e assim vivermos para sempre",segundo as palavras não só de Gaarder,mas de outro escritor magnífico,Carlos Ruiz Zafón.
Suscitando pensamentos incomuns e enfatizando a importância de desbravar o mundo sempre em busca de algo,seja conhecimento,diversão,vida ou amor,Jostein Gaarder demonstra mais uma vez sua grande habilidade de tornar assuntos complexos tão acessíveis ao leitor,nos fazendo enxergar tudo ao nosso redor de uma maneira mais poética e realista,paradoxo? talvez,mas essa é uma questão que cada um tem de solucionar por si só!