Rodrigo1001 31/05/2018
Tocante, leve e singelo (Sem Spoilers)
Retirei "A Garota das Laranjas” da estante algumas horas depois de concluir a leitura de “A Insustentável Leveza do Ser”, de Milan Kundera. Precisava de algo leve, jovial e despretensioso.
A intenção, confesso, era ler umas 15 ou 20 páginas no máximo, somente para me ambientar na história e poder retomar a leitura no dia seguinte.
Então, qual foi a minha surpresa ao engatar na leitura de tal forma que só consegui parar agora, depois de ter lido o livro inteiro em uma paulada só?!
Sim, A Garota das Laranjas possui esse encanto.
Não vou escrever uma longa resenha ou falar sobre detalhes inúteis. Este é um livro que tem que ser lido com todo o coração e alma (e com um certo suprimento de Kleenex para os mais sentimentais).
Escrito de uma forma despojada e simples, com questões filosóficas que estão muito longe de serem maçantes ou difíceis de compreender, talvez este seja o romance mais tocante do norueguês Jostein Gaarder. Seguindo a linha de literatura juvenil, o livro é um sopro de ar fresco que revigora todas as idades. Talvez bata mais forte para leitoras do que para leitores e é provavelmente mais visceral para pessoas que tenham filhos, mas, no fim das contas, dialoga com todas as idades e todos os gêneros.
E sobre o que ele fala? É uma longa carta que um homem doente, sabendo que está prestes a morrer, escreve para seu jovem filho. É uma carta cheia de amor, dor, sofrimento, nostalgia, lembranças e arrependimentos. É uma história de uma vida passada amando, esperando e compreendendo o mundo. É uma história de alguém que aprendeu a viver sozinho e a viver com aqueles a quem ama. É a história de um cara que sabe que não estará lá para o filho. É a história de um homem que, à espera da morte, fala sobre a vida.
Tentar explicar por que esse livro teve um impacto tão grande em mim seria complicado e lidaria com problemas muito pessoais, mas espero que você o pegue e leia.
E, principalmente, reflita muito sobre a mensagem que transmite.
Pela leveza, pela fluidez e por ter acendido uma chama no peito, leva 5 estrelas de 5 estrelas.
Passagem interessante:
“Uma vez ou outra na vida, a gente precisa suportar a saudade” (pg 77)