Ludmilla Silva 22/11/2016Viagem ao centro da Terra
Jules Verne é considerado o pai da ficção cientifica, por tal motivo seus livros são clássicos conhecidos mundialmente. Assim é muito comum ver adaptações ou referências de suas obras em qualquer lugar, e é claro isso inclui Viagem ao Centro da Terra. Eu sempre tive muita vontade de ler tal clássico e agora que finalmente consegui não me arrependo.
O livro conta a história de Axel um jovem garoto que acaba por acompanhar o tio Otto Lidenbrock, professor de geologia e mineralogia, em uma viagem a princípio insana até o centro da Terra. O desenrolar dos fatos começa com a descoberta de um manuscrito antigo que precisa a todo custo ser decifrado para dar o pontapé inicial na viagem.
Diferentemente do filme no livro a viagem não começa imediatamente, grande parte da história começa retratando os preparativos dos personagens para esta jornada, o que pode ser um pouco demorado e em alguns momentos maçantes, mas nada que prejudique a leitura.
A história sendo narrada pelo ponto de vista do Axel foi uma escolha positiva, suas constantes discordâncias com seu tio, suas suspeitas e seu medo interminável de continuar naquela jornada foi algo que realmente me cativou e deixou a história mais dinâmica. Eu realmente adorei o modo como Verne mesclou a ficção cientifica e a realidade no livro, ele não jogou um fato fantasioso ali e aqui apenas para entreter o leitor e apressar a história, os detalhes foram muito bem pensados para que a história pudesse fluir naturalmente.
As descrições são extremamente detalhistas. Quando você pensar que não há um modo possível de descrever várias e várias “pedras” embaixo da Terra, Verne vai aparecer para provar que você está errado. Tais descrições são tão precisas que em momentos da história você de fato pensa que está ao lado de Axel, Lidenbrock e Hans lá embaixo. Hans é o guia que acompanha o sobrinho e o tio por toda a viagem ao centro da terra, e devo admitir que seu personagem acabou por me incomodar em alguns aspectos.
Eu entendo que Hans foi desenvolvido como um personagem mais fechado e recluso, porém em muitos momentos da história ele parece ser completamente esquecido pelo autor, a não ser em momentos onde a força física é necessária. Ele parece não ter opinião própria, concorda com tudo que o professor decide mesmo que isso literalmente coloque sua vida em risco ( ‘ei Hans vamos pular aqui pra gente morrer’, ‘ ah tanto faz se você quiser eu vou’). Talvez ele não discordou do professor para não ter seu pagamento diminuído, mas de qualquer forma faltou um pouco de vida no personagem.
Enfim, a história é realmente muito boa e interessante, vale muito a pena ler, afinal é um clássico e clássicos sempre merecem um tempinho do seu dia e ainda mais de um autor tão genial quanto Jules Verne.
Obs: *Ainda tentando descobrir o quanto de provisões eles levaram para não ter passado fome durante os meses que ficaram lá embaixo*