Menino de Engenho

Menino de Engenho José Lins do Rego
José Lins do Rego




Resenhas - Menino de Engenho


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Rogers.Silva 31/05/2024

Um livro controverso
Meu primeiro contato com José Lins do Rêgo veio com a brilhante obra Fogo Morto, que me deixou completamente apaixonado pelo estilo narrativo do autor, principalmente pelo seu jeito de contar histórias interioranas que remetem às histórias que meus avós contavam.

Mas, aqui temos o primeiro romance do autor paraibano, quase uma autobiografia, onde ele narra a temporada em que o jovem Carlinhos passa morando no Engenho do avô, após a morte da mãe pelas mãos do próprio pai.

Carlinhos descobre no engenho o amor, a sexualidade, a liberdade e a vida de um jeito que o amadurece mais cedo que o natural para uma criança da cidade.

O meu problema com esse livro é a forma como os negros são retratados, com uma visão por deveras preconceituosa. Não sei se foi uma escolha do autor para aproximar o máximos possível do leitor de como seria a real visão de uma criança burguesa do século 19, sobre os negros recém libertos, ou se o texto reflete a real visão do autor. Mas, como homem negro, me vi imensamente incomodado por todo o livro, com determinadas descrições, que mesmo entendendo o contexto não deixou de me deixar mal.

Chega num ponto que o menino diz que os pretos mereciam o sofrimento e servidão porque Deus assim decidiu. Fora a visão absurdamente sexualizada e misógina das mulheres negras.

Enfim, é uma obra a se refletir.
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Dr Perônico 21/05/2024

Zé Lins do Rego, em seu romance de estreia, escancara a realidade do Brasil (República Velha) de uma forma terna, como as lembranças da infância de um menino. É notório que grande parte de seu enredo é uma realidade atual, provando que as raízes da história ainda geram seus frutos podres. Uma crítica ao estilo de vida vigente, que normalizava e fazia vista grossa para: feminicídio, zoofilia, situação análoga à escravidão, violência doméstica, estupro de vulnerável, latifúndio, etc.
É irônico como, atualmente, a mesma pintura estampa molduras diferentes, mas "o passado é uma roupa que não nos serve mais", como diria Elis Regina, no entanto, "ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais".
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Sofidajaca 10/05/2024

No mínimo sinistro
Conta a história de um garoto que desde criança lida com i trauma de perder a mãe, em decorrência de uma loucura do pai. Assim, é mandado para morar com seus avós no engenho.
Esse local é palco de situações bizarras envolvendo animais e seus primos, como traumáticas desde o grande alagamento e as mortes trágicas.
É claro as situações que também levam ao desfecho da narrativa, trazendo o rapaz libertino ao convento por seus ímpetos sexuais descontrolados.
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regis49 01/05/2024

Assim, a escrita é muito boa e fluida. O livro não é de todo mal, mas não é uma coisa que prende, sabe? As histórias são constantemente cortadas e fica com um gosto de quero mais. O menino sofre tbm viu, mas tem umas partes meio assim...

De qualquer modo, vale a leitura, só não foi algo que me apegou.
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bibia 24/04/2024

Menino de Engenho
Menino de Engenho retrata a vida de Carlos, dos seus 4 aos 12 anos. A narrativa se inicia com um caso de feminicidio, e a partir desse acontecimento é apresentado toda uma trajetória de crescimento problemática que é enfrentada pelo personagem. Carlos cresce ausente de muitas necessidades, porém precoce de coisas do mundo, "era um menino prodígio da porcaria". Foi um livro trabalhado nas minhas aulas de literatura e o desenvolver da história me trouxe muita curiosidade e aprendizado, além da presença de fatos da cultura nordestina que também chamaram minha atenção. A leitura fluiu bem para mim, mas poderia ter sido melhor se eu tivesse conseguido ler de forma continua e com menores intervalos de tempo. Indico!!!
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Bebeie 11/04/2024

Menino de engenho
É uma boa leitura para entender melhor a vida dentro de um engenho e toda essa relação com a história.
A passagem de tempo e os acontecimentos do livro acontecem de uma forma muito rápida de forma que não consegue se apegar aos personagens.
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Rafael1878 09/04/2024

Trata-se de uma literatura regionalista, conta a história do menino de engenho e sua vida após a perca de sua mãe e afastamento do seu pai, onde ele vai conviver no engenho e ter contato com educação, promiscuidade, namoros, injustiças e trabalho escravo na época. Eu confesso que não era o tipo de livro que eu tenho hábito de ler, a linguagem é um pouco brusca e durante a leitura me perdi algumas vezes.
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Alle_Marques 04/03/2024

Menino perdido, menino de engenho.
...
É um livro bem pesado, embora nem sempre pareça, isso graças a forma "leve" que o narrador escolheu para contar sua história e ao tom saudoso e nostálgico que o acompanha nessa jornada.

A escrita é cheia de gírias regionais que dificultando um pouco a leitura para quem não está acostumado e a história não tem um único grande acontecimento, nem mesmo uma trama complexa que nos deixe ansiosos e querendo saber o que acontece depois, logo, é bem difícil se apegar, se interessar por esse livro, a história e seus personagens, consigo entender facilmente que não gostou e abandonou a leitura, porém, é impossível ter contato com essa obra e não se chocar com ela e é justamente trabalhando em cima dessa intenção que a obra se sustenta.

Afinal, estamos diante de um homem adulto relembrando com carinho e nostalgia sua infância, não seria nada demais, senão fosse por essa infância ter acontecido em um ambiente regado pelas mais diversas violências e abusos, uma infância marcada pela negligencia, pela injustiça, por absurdos, pelo racismo, por violência doméstica, sexual, contra mulheres, animais e crianças, uma infância em um ambiente propicio e que fecha os olhos para o feminicídio, a pedofilia e até a zoofilia, e tudo isso, não só pelos olhos inocentes de crianças, como também sendo sempre normalizado pelos adultos ao redor delas.

Sim, é realmente bem difícil olha pra isso e não entender, até não aceitar, a foram "leve" e "banal" que o narrador, e consequentemente o autor, escolheram usar para retratar tantos absurdos, tantas coisas erradas, também é fácil se deixar levar e imaginar que o livro apenas envelheceu mal ou que o Carlinhos, agora adulto, é simplesmente "ruim" ou que não liga, não vê problema, em tais coisas, assim como os adultos da época também não viam, mas isso, além de ser um pensamento equivocado, também ignora a real intenção do autor: a crítica direcionada a sociedade da época. Tanto do autor com o livro, como do protagonista escolhendo se manter fiel aos fatos e não nos poupando de nada. Isso nada mais é do que a forma brilhante que o José Lins do Rego encontrou para, justamente, destacar tais comportamentos e nos chocar com eles, se por um lado ele (narrador ou autor, a essa altura não faz muita diferença) escolheu relembrar sua infância com carinho, por outro, ele também escolhe destacar cada absurdo de forma crua e verídica, de forma que fique impossível não nos perguntarmos "Como as pessoas não viam problema, nem faziam nada, sobre isso?" ou, até mesmo, impossível não compararmos com as pessoas que conhecemos que adoram relembrar as próprias infâncias com nostalgia, mas ignoram, de forma consciente ou não, as muitas violências que elas próprias foram vítimas. É justamente esse contraste – infância feliz e nostálgica de um lado, infância violenta e abandonada de outro – que engrandece a obra e a torna uma crítica tão sagaz.

Além disso, também é bem chocante e incomodo a forma como o livro ainda consegue se manter tão atual, e isso graças a outro ponto de destaque nele: a forma tensa e apavorante como ele retrata a "formação" de homens, daquela classe social, naquela época. Eram meninos sendo criados desde muito novos em ambientes completamente hostis à infância saudável, cheios de machismo, sexualização precoce e a ideia assustadora de que eles, apenas por serem meninos, com dinheiro e brancos, eram naturalmente superiores a todo o resto. Por isso, o livro, além de ainda bem atual e realista, também já pode ser chamado de atemporal, pois pessoa com pensamentos primitivos como esse, infelizmente, não ficaram no século XX.
...
[...] Sentia um prazer sem limites quando me caía um canário no alçapão. Não ia para o almoço, entretido com a gaiola da chama. Procuravam-me por toda parte. Minha tia Maria ameaçava de soltar tudo quanto era passarinho.
— Nem come mais, só pensando em canários...
Absorvia-me inteiramente com o esporte cruel. Deixava os moleques e os primos para um canto. Mas os meus canários não cantavam. Via-os soltos, com trinados de estalos, dando os seus concertos nos galhos das árvores. Nas gaiolas, irremediavelmente mudos. Faziam greve contra mim. Tratava deles com cuidados maternos. Limpava-lhes as gaiolas, pisava-lhes milho — e nada, calados de vez. Dependurava-os então pelos pés de pau, para ver se os enganava com esse contato com os palcos dos seus dias de festa. E mudos sempre. Os meus pássaros só trabalhavam ao bom preço da liberdade. [...]
...
5° Livro de 2024, 6ª Resenha de 2024
Desafio Skoob 2024
Leitura coletiva com o canal "Ler Antes de Morrer" (Isabella Lubrano)
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mauriloamml 22/02/2024

Boa leitura
O grande mérito desse livro são as informações históricas que vão aparecendo durante os relatos. Sempre me perguntava como teria sido a vida dos recém libertos, como eram as relações entre os empregados e os senhores... Me lembrou bastante, de algum modo, as coisas que meu avô contava.
Gostei muito da parte da senhora que vivia viajando entre as fazendas contando histórias, queria muito ter presenciado alguém assim.
A história em si não chama muita atenção, os acontecimentos não são tão encadeados e em muitas situações não são desenvolvidos inteiramente. Mas a prosa do autor é muito boa, um ponto que se deve ressaltar.
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Del_ma 23/02/2024

Menino de Engenho - José Lins do Rego
Com narrativa cativante e impecável, o autor nos traz as aventuras e desventuras de Carlinhos, que vive a infância no engenho do avô, situado na Paraíba.
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Lucy.Annie 25/02/2024

"Menino de Engenho" é um romance brasileiro clássico escrito por José Lins do Rego, publicado em 1932. A obra narra a infância e adolescência de Carlinhos, um menino que cresce em um engenho de açúcar no Nordeste do Brasil. O livro mergulha profundamente na realidade social e econômica da época, explorando temas como a relação entre senhores e trabalhadores, a injustiça social e o ciclo vicioso da exploração.
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Amandinha 04/03/2024

Interessante
Muito interessante o livro. É mais um livro de memórias, que mistura o caráter autobiográfico com a ficção, trazendo vocabulário e cultura nordestinos, bem característico da época e contexto em que foi escrito. Não tão envolvente por não ter um enredo lógico, que gerasse maior curiosidade em continuar o livro, então demorei um pouco para finalizar. De qualquer forma, vale a leitura.
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Rayssa.Hodi 24/03/2024

?De dia, porém, esperando os meus canários, amava a solidão. Era ela que deixava falar o que eu guardava por dentro ? as minhas preocupações, os meus medos, os meus sonhos. O mundo de um menino solitário é todo dos seus desejos.?
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Mateus 31/03/2024

O menino carlinhos.
Por ser um dos livros clássicos da literatura brasileira, fui apresentado ao autor ainda durante o período escolar, mas acredito que ali eu não estava pronto para a magnitude dessa obra, lembro que quando criança não gostei muito.

Agora quando reli essa obra, fiquei encantado por todos significados, a escrita, por todos neologismos, uma obra de 1932 que fala da infância do autor e consegue ser tão real, inúmeras palavras que ouço em meu cotidiano, lendas que ouvi durante a infância, coisas que ouço minha avó falando sobre sua própria infância.

Terminei a leitura agora no domingo de manhã enquanto estou no sítio na zona rural da paraíba, uma verdadeira imersão pois eu sou um menino da capital, gostei da escrita do autor, pretendo ler outros livros, inclusive tenho o livro Fogo Morto.

Fica aqui minha indicação desse autor, Zé lins foi um grande paraibano, descreveu nosso povo e a história de um local marcado pela fé na melhoria, esperança na chuva e na força do povo.
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