O ateneu

O ateneu Raul Pompeia
Franco de Rosa




Resenhas - O Ateneu


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R...... 31/10/2018

Imaginava obra de memórias pueris, essencialmente valorizadas em aventuras, descobertas, traquinagens e humor típico da adolescência, com doses de ingenuidade ou picardia em texto leve para entretenimento. Pura alienação, no erro de partir para a leitura sem a coerência mínima de informação delineadora, por estar preguiçosamente confiante em suposições clichês.

Apesar do contexto, no recorte temporal da passagem de um menino por colégio interno com suas peculiaridades, não me pareceu romance juvenil. É uma obra densa, extremamente dissertativa nas abordagens, onde há melancolia, clima lúgubre, ambiente impactante, luta por adaptação, centralização no presente com desapegos ao passado e futuro, com conceitos de autopreservação de forma materialista, baseados apenas na imposição de cada indivíduo, que se encontra cercado de desafios onde se vê sozinho e um tanto cético a qualquer agir diferenciado disso.

Li com essa sensação, reforçada pelo narrador, o adulto que se tornou o menino do livro, como se fosse realidade que se projeta além dos limites do internato, numa visão fatalista da vida. Registre-se que o livro reflete muito do que viveu o autor.
Sim, me parece algo amargo, dramaticamente sugestivo a uma percepção de viver desafiador, apegado a visão que seria a realidade da vida.
Em seu materialismo, exalta o darwinismo (sobrevivência em adaptação) e descrédito à beleza emanada pela arte (que subtendo na disponibilidade de posicionamento apreciativo, ou positivo, na vida - seria a delicadeza uma expressão de fraqueza?) de diferentes maneiras como algo ilusório e alienado. Essas conclusões não são óbvias, mas implícitas no texto.

A obra tem linguagem rebuscada, metida a cientificismo nas conclusões e confesso que teve partes que foram chatas e outras nem entendi. O texto tem essa caracterização, vendo a influência do meio ao indivíduo, com as conceituações referidas. Prima pela eficiência, sem mínimo de humor, como se não houvesse espaço para subjetivismo, mesmo que fosse irônico, exaltando exatidão dos fatos, apresentando-se formal. É a ciência em precisão que valoriza em sua crença.

Na boa, devaneando na leitura, fiquei com imagem de um autor infeliz, preso em conceitos próprios, legalizados em sua percepção a partir da experimentação. Como foi sua vida?

E devaneando mais, no que guardei do livro, ainda que não seja a ideia central, fico com o aspecto como determinante de tudo (alheio a toda a conversação de cientificismo, coisa e tal) do impacto da ausência dos pais para o menino. A perda desse referencial (e estou falando de pais na projeção do significado de fato), foi a origem da visão e conclusões apresentadas no livro. Está lá na parte um, com a chegada no colégio interno (verdadeiro abandono), e na última, onde deixo em registro esta passagem:
"Desde essa ocasião, fez-se-me desesperada necessidade a companhia da boa senhora. Não!, eu não amara nunca assim a minha mãe. Ela andava agora em viagem por países remotos, como se não vivesse mais para mim. Eu não sentia a falta. Não pensava nela... Escureceu-me as recordações aquele olhar negro, belo, poderoso, como se perdem as linhas as formas, os perfis, as tintas, de noite, no aniquilamento uniforme da sombra... Bem pouco, um resto desfeito de saudade para aquela inércia intensa, avassalando."
O contexto é num momento de sofrimento enfermo, onde até poderiam dizer que se refere a ele e não aos pais, mas leia o contexto e sinta, perceba, avalie...

Vou registrar mais uma passagem do derradeiro capítulo:
"...Salvar o momento presente. A regra moral é a mesma da atividade. Nada para amanhã, do que pode ser hoje salvar o presente. Nada mais preocupe. O futuro é corruptor, o passado é dissolvente, só a atualidade é forte. Saudade, uma covardia. O dia de amanhã transige; o passado entristece e a tristeza afrouxa.
Saudade, apreensão, esperança, vãos fantasmas, projeções inanes de miragem; vive apenas o instante atual e transitório. É salvá-lo!, salvar o náufrago do tempo.
Quanto à linha de conduta: para diante. E a honesta lógica das ações."
O contexto da passagem é uma carta do pai ao menino.

Enfim, o livro me faz perceber o desastre e impacto transformador na ausência dos pais na vida dos filhos. Pompeia olhou tanto para o meio e esqueceu, ou deixou, ou talvez não tenha tido a percepção, do fator desencadeante de tudo.
Ocorreram coisas sinistras no internato, até risco de morte ou sérios danos, com seduções precoces para um menino que, na prática, e sozinho, vai se transformando pela ausência da base familiar.

Também tenho essa percepção arraigada nos seis anos que trabalhei em abrigo numa entidade governamental destinada a crianças e adolescentes em situação de risco social. Vi muitas histórias, muitos Sérgios como o do livro, transformações e, por mais que houvesse estrutura de psicólogos, babás, educadores e outros funcionários, nada verdadeiramente substituía a importância dos pais (na acepção da palavra, pois muitas vezes estão presentes e ausentes ao mesmo tempo).

Testemunhei percepções de adolescentes exatamente como as do fatalismo do autor...

Uma das coisas que sempre me impactava era quando passava em vistoria de noite e madrugada adentro pelos quartos (era desse turno), onde deparava com aquelas crianças (e muitas vezes eram tantas que a gente tinha que improvisar colchões no chão) me parecendo tão suscetíveis e expostas a influências desse mundo, onde se via o impacto da ausência dos pais que, verdadeiramente, no sentido existencial, não poderiam ser substituídos por qualquer outro mecanismo. O amor dos pais é como um escudo. Testemunhei muita coisa dramática e transformadora nessa ausência.

O livro reacendeu esses pensamentos.
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25/10/2018

O Ateneu Crônicas de Saudade de Raul Pompéia foi o livro lido de maio para o Projeto 12 clássicos Nacionais para 2018. A resenha está saindo agora mas foi lido no tempo certo.
Ao ler a sinopse achei que seria mega interessante. Já que a obra de Raul Pompeia narra a vida de Sérgio no colégio interno O ATENEU, que dá nome ao livro.

mais no blog...

site: https://adeliadanielablog.blogspot.com/2018/10/o-ateneu-cronicas-de-saudade-raul.html
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Jose 17/09/2018

De volta ao Ateneu
Para mostrar a força que o livro tem, ele começa com a seguinte frase que Sérgio, de 11 anos, ouve de seu pai: "Vais encontrar o mundo... Coragem para a luta"
Eu li o livro na sétima série, ainda lembro, quando o professor de português pediu para que a turma ler. Foi interessante ler agora, novamente, em formato de História em Quadrinho porque pude perceber quanta inocência eu tinha naquele tempo. Hoje, de volta ao Ateneu, percebo a brutalidade que era esse internato. Lembrou-me muito do livro O Senhor das Moscas (neste, as crianças estão sozinhas numa ilha). Em ambos os livros é mostrado as crianças precisam deixar a infância de lado para sobreviver, a fase adulta chega de forma precoce e triste.
O livro começa quando Sérgio, um menino de onze anos, é levado para conhecer a escola e, posteriormente, é matriculado lá. O diretor, Aristarco, é um homem de pulso firme que tem a educação das crianças como meta principal em sua vida. O Ateneu segue certos critérios de uma escola militar e, na minha opinião, começa a podar a personalidade de Sérgio quando o obriga a cortar o cabelo para se adequar aos podrões.
A autoridade de Aristarco é mascarada com um tom paternal, mas busca impor o respeito e a ordem mesmo que seja com violência, além sempre levantar a voz quando está empolgado com uma conversa.
O uso da religião é colocado como punição, o que faz Sérgio colocá-la como algo "de insuportável melancolia" e onde tudo é negro e cheio de punição. Sérgio consegue se relacionar com alguns dos outros meninos, uns de forma fraternal e outros de forma que se aproxima do amor.
Foi um livro que me fez lembrar do tempo em que o li pela primeira vez (não era em forma de HQ) e como nossa percepção de mundo muda completamente quando fazemos a transição para a fase adulta da vida. Nostalgia, interligação do passado com o presente e, acima de tudo, uma grande honra de poder relembrar esse clássico da literatura nacional.

"Talvez se ponderarmos que o tempo é a associação passageira dos fatos, mas sobretudo o funeral para sempre das horas" - E essa frase me deixou refletindo sobre o meu tempo de escola, como deixou Sérgio refletindo sobre o dele.
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DEVORA LIVROS 31/07/2018

Muitas palavras que eu não conhecia! Adorei.
É um livro pequeno até (188 pgs) e com uma linguagem bem antiga, já que foi lançado em 1888. É considerado o único romance impressionista da literatura brasileira! ?
?COLA: Impressionismo na literatura = obras nas quais bastam apresentar poucos detalhes para estabelecer impressões sensoriais de uma cena ?
O Ateneu é um renomado colégio que representa metaforicamente a sociedade brasileira da época, e Sérgio, nosso protagonista, conta a sua história que inicia no seus primeiros dias de aula. A obra é uma crítica clara a sociedade, onde os fortes sempre vencem, escrita de uma forma primorosa!

O fato de ser uma linguagem super formal, nos trouxe uma seleção de quotes fantásticos! Duvido que você leia esses trechos sem ajeitar a ponta do bigode!

? "... Uma coisa destas aproveita-se como um bibelô do ensino intuitivo, explora-se como a miséria do hilota, para a lição fecunda do asco. A própria indiferença repugnante da vítima é útil."
? " Era assim o colégio. Que fazer da matalotagem dos meus planos?"
?"Depois que sacudi fora a tranca dos ideais ingênuos, sentia-me vazio de ânimo..."

Gostaram?
Post da Cacau ?
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Antonio Maluco 18/06/2018

Literatura
o livro mostra o ensino escolar dos tempos antigos e a história pode ser do escritor que escreve o livro resenhado
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Rodrigo1001 02/06/2018

Para os destemidos (Sem Spoilers)
Peço licença a Raul Pompeia para ir direto ao ponto nessa resenha. Em minha defesa, rogo ao finado escritor que perdoe minha falta de introdução à obra, motivada, principalmente, pela estrondoso impacto que alcançou desde o seu lançamento - repercussão tamanha que me faz dispensar apresentações.

Começo, então, pelo mais importante: eu gostei muito de O Ateneu. Me conquistou. Mesmo.

Explico:

Por trás de um intrincado rebuscamento linguístico que não me deixou abandonar o dicionário nem sequer por uma página, está um livro de profunda reflexão e forte crítica social. Grudei na história já no início, satisfeito pelo seu aspecto de diário e impressionado pelo ponto que mais incomoda os que, ao contrário de mim, odeiam a obra: o seu peculiar vocabulário (peculiar é bondade minha!)

Publicado em 1888, O Ateneu é dominado por um vocabulário super-hiper rebuscado, com preferência pela ordem inversa, lembrando bastante o barroco. Por rebuscado, quero dizer que enquanto O Ateneu estava em uma mão,o dicionário do celular estava na outra.

Quer um exemplo? Dou vários:

Ultramontano, Automedonte, Encômio, Sub-reptício, Madrepórico, Íncola, Consuetudinário, Impertérrito, Acólito.

Essas são pequenas pérolas que me fizeram recorrer ao pai dos burros (ótima chance de expandir o conhecimento!). E elas estão em todas as páginas. Então, se você pensa em se jogar na leitura de O Ateneu, fica o alerta: a obra requer ambos, atenção máxima de leitura e paciência. Pra quem não está acostumado, tente mais tarde.

De resto, tudo me conquistou nesse livro. Suas extensas descrições do ambiente e das pessoas me ajudaram a criar imagens mentais perfeitas. Reviver o Rio de Janeiro da época do Brasil Império foi muito bacana. No livro, Raul Pompeia mantém um tom intimista já que a obra é autobiográfica: foi o internato em que ele frequentou quando pequeno (ainda que sob nome fictício). Como tenho um fraco por narrativas intimistas, caiu como uma luva pra mim.

Os acontecimentos do livro também me ajudaram a rememorar meu período na escola. Saudosismo gostoso.

Pra terminar, como curiosidade mórbida, Raul Pompeia decidiu partir dessa vida em pleno natal de 1895, aos 32 anos, com um tiro no próprio peito. Trágico para uma mente iluminada.

5 estrelas, então.

Passagem interessante:

“(...) o tempo é a ocasião passageira dos fatos, mas sobretudo - o funeral para sempre das horas."
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Volnei 22/05/2018

O Ateneu
Este é um romance que conta as aventuras de um garoto de seus 12 anos que é internado pelo pai em um colégio no Rio de Janeiro para poder concluir seus estudos e assim inicia-se sua aventura em um internato só de garotos

site: http://toninhofotografopedagogo.blogspot.com.br
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Letícia 19/03/2018

Nesse romance Raul Pompeia nos apresenta a história do funcionamento de um colégio interno chamado Ateneu. Os fatos fictícios se dão na época da regência da Princesa Isabel e nos dará um panorama das pedagogias utilizadas então. A história é narrada pelo personagem principal, Sergio, que aos 12 anos é matriculado neste internato. É interessante percebe a sensibilidade da personagem para descrever as personalidades e as situações existentes no colégio. Entre elas, a latência afetiva e solidão pelas quais passam esses meninos reclusos, abandonados muitas vezes pelos pais. Entre elas ainda, o regime totalitário comandando pelo diretor e a rigidez na condução disciplinar dos alunos.
Em o Ateneu o autor fez questão de mostrar-nos que a escola prepara para a vida, não apenas através do ensino de valores morais da sociedade, mas dos jogos de poder e organização social. Jogos de "sobrevivência", de lealdades e intrigas que permearão o cotidiano desses jovens e os seguirão durante a vida.
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Biblioteca Álvaro Guerra 15/03/2018

A partir das memórias do autor como aluno interno do Colégio Abílio no bairro das Laranjeiras, onde estudou entre 1873 e 1877, o romance narra as experiências de Sérgio, um tímido garoto de onze anos como aluno interno no Colégio Ateneu.

Empreste esse livro na biblioteca pública

Livro disponível para empréstimo na Biblioteca Municipal de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788563560629
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Victor 28/02/2018

Tentei recomeçar após 8 anos, e não é que valeu a pena? Haha
Fui obrigado a ler esse livro na escola, e detestei, rsrs. Não consegui passar da página 10. Acho bem errada essa ideia de empurrar uma literatura do nível de Raul Pompéia para adolescentes de 14, 15 anos. Provavelmente tomarão asco do livro, como foi o meu caso. Hoje, com 22, estou lendo com outros olhos, e, admitindo a contragosto, estou adorando! A escrita de Pompéia, que antes me irritava, hoje está mostrando uma maestria prazerosa. Acho interessante este aspecto subjetivo da leitura... a cada fase, olhamos para as coisas com olhos diferentes. Talvez, o olhar dirigido por mim à leitura que faço hoje, atento aos aspectos históricos, às críticas sociais típicas do Realismo, deva ter interferido na minha apreciação atualmente. Enfim, estou gostando, e ansioso para saber o que vem por aí.
Drica 27/04/2018minha estante
Continuo detestando o livro. Fui obrigada a ler no ensino médio, assim como você e continuo com a mesma impressão de que é muito chato e desnecessário, pelo menos para mim...


Victor 06/08/2018minha estante
Drica, minha relação com esse livro é de amor e ódio. Tem partes que adoro, outras que acho completamente desnecessárias, excessivamente descritivas. Por isso dei 4 estrelas, ao invés de 5. E sua impressão é legítima, e ninguém é obrigado a gostar de nada, só porque é literatura brasileira clássica, né? shahsuaha




Mr. Jonas 07/02/2018

O Ateneu
que , sendo personagem enquanto criança, passou dois anos de sua infância no internato. Aproximando-se da história pessoal de vida do seu autor, Raul Pompéia, podemos afirmar que essa obra possui traços de pessoalidade do autor e de identificação. Ao narrar os fatos passados enquanto adulto, o narrador é emotivo e através de sua memória, expressa percepções e análises sobre os personagens de sua ruim estadia no internato. Há um distanciamento de idade, onde os sentimentos do adulto muitas vezes se confundem com as inseguranças da criança, porém há valores e críticas à sociedade que são provenientes às percepções de um adulto. A descrição que acompanha o narrador é uma descrição permeada de críticas à sociedade, ao modelo de internatos existentes no século XIX.
O livro não possui um enredo preenchido por acontecimentos inusitados, intrigas, ações, romances como é de se esperar das obras que conhecemos. Pode-se até afirmar que ele não possui enredo. O que acontece no livro são análises acerca dos alunos e da escola, críticas e impressões que são detalhadas no livro com características até mesmo científicas, ou psicológicas. Sendo assim, apesar de ser enquadrada no movimento de Realismo ? Naturalismo, o livro possui traços do expressionismo, impressionismo, simbolismo, dentre outros. Diferente das obras pertencentes ao Realismo, O Ateneu não possui uma objetividade e uma imparcialidade. Até mesmo porque sendo o narrador também personagem, isso não seria possível. Como uma característica do Naturalismo, também há no livro um instinto para a homossexualidade, em que Sérgio nas suas relações de amizades com seus amigos meninos, descreve-os com uma relação íntima e uma intenção amorosa.
O livro possui como subtítulo a irônica frase ?Crônicas de saudades?. Além do livro não ser composto por crônicas, o narrador demonstra ter recordações ruins, de raiva e vingança, bem longe do sentimento de saudade. Através dos castigos narrados, dos maus tratos, da hipocrisia, o narrador faz uma crítica à sociedade que, como no Ateneu, vence sempre o mais forte e os fracos procuram protetores. Porém, não os encontrando, acabam por sofrer com as injustiças do sistema.
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Sanoli 24/01/2018

http://surteipostei.blogspot.com.br/2018/01/o-ateneu.html
http://surteipostei.blogspot.com.br/2018/01/o-ateneu.html

site: http://surteipostei.blogspot.com.br/2018/01/o-ateneu.html
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Ladislau 08/01/2018

Sobre as demais resenhas e seus comentários sobre os adolescentes
A idade do leitor nada tem a ver com o gosto por tal tipo de leitura, seu autor, ou sua data de escrita.
Isso deveria ser um fato de fácil compreensão. Não alimentem preconceitos com os jovens em amadurecimento. (Não confundir gosto com incapacidade de interpretação, analfabetismo funcional, déficit de atenção, etc.)
O problema é que as obrigações escolares são um porre mesmo, pra qualquer um. Impostas em massa como a um gado.
Dificilmente alguém vai gostar de algo se for obrigado, ou não entender por quê deveria fazê-lo.
Eu tive a sorte de gostar deveras deste livro, assim como alguns outros que pude ler na fase escolar. E é isso.
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Ana 10/12/2017

Ousado e Instigante
Esse é um livro muito interessante, e que nos desperta enquanto leitores, fortes sensações.
Faz-nos ver que em muitos casos as escolas, em especial os internatos daquela época (século 19), reproduziam os vícios e problemas da sociedade brasileira em geral.
Pompéia nos coloca em um mundo aterrador, em um ambiente opressor, em que não se deve confiar em nenhum dos ''colegas'' do Ateneu, onde um quer ser melhor do que o outro, quer derrubar o outro, quer dominar o outro, inclusive sexualmente. Uma leitura sem dúvida instigante e ousada, se formos analisar a época em que foi escrita. Uma leitura que obviamente não é para qualquer um, devido a linguagem por demais rebuscada com termos que não se usam há muito tempo. Mas isso, para fãs de clássicos, como eu, não é problema.
Se gosta de clássicos brasileiros, leia O Ateneu.

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Leila de Carvalho e Gonçalves 27/11/2017

A Formacao do Caráter
Raul Pompéia faleceu precocemente, deu um tiro no peito numa noite de Natal, encerrando uma promissora carreira literária. Porém, passado mais de um século de sua morte, sua imagem permanece viva, graças a obra-prima "O Ateneu".

Apresentando inúmeros elementos expressionistas, impressionistas, naturalistas, além de simbolistas e parnasianos, a superposição de estilos dificulta o vínculo do livro a uma única corrente estética, transcendendo a difundida alcunha de "único romance impressionista brasileiro".

Seu foco narrativo é a formação do caráter, "apresentado como um processo ambivalente e contraditório, cheio de derrapagens e desvios, sendo que nem sempre é possível moldar uma personalidade para enfrentar a vida."

Com forte conteúdo pessoal, curiosamente, seu texto apresenta um enganoso subtítulo, "Crônica de Saudades", ao recriar em parte, as experiências do próprio autor que ainda menino viveu um período de sofrimento e solidão num internato.

Através de Sérgio, seu alter ego, é narrada "a memória adulta de uma experiência juvenil". Entre um e outro episódio, vai sendo desmascarada a miséria moral e a corrupção abrigada nos subterrâneos do rígido e elitista "Ateneu", fato que destruiu suas primeiras ilusões, marcando para sempre a vida da personagem.

A narrativa traça uma interessante comparação entre o educandario, onde reina a lei dos mais fortes, e a sociedade da época, vivendo o ocaso do Império e a alvorada da República. O desfecho aponta para os melindres do poder e suas consequências. Sem dúvida, uma questão que desperta curiosidade, boa leitura!
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