DANIZINHA 19/12/2017O clube do tricôDepois que eu li Um bom tricô, de Debbie Macomber, cuja trama é encantadora e me fez perceber o quão é delicioso trabalhar por projetos – até porque tenho muita coisa inacabada há anos, resolvi pesquisar livros que tivessem as artes manuais como tema. Encontrei em O clube do tricô (Editora Amarilys; 439 páginas), de Kate Jacobs, o despertar de um sonho adormecido: abrir uma loja de aviamentos e formar um grupo de mulheres para compartilhar tanto os momentos de alegria quanto os de tristeza, afinal os encontros são como as terapias em grupo, nos quais as experiências de cada integrante são revividas pelos depoimentos ao mesmo tempo em que se fazem peças belíssimas com as habilidades das mãos.
Na trama de O clube do tricô, um grupo de mulheres se reúne uma vez por semana, sempre nas noites de sexta-feira, na aconchegante loja de aviamentos Walker and Daughter a fim de aprender a confeccionar peças diversas sob os ensinamentos da proprietária Georgia Walker. Ela decidira abrir a loja em um momento delicado de sua vida: fora abandonada grávida de Dakota por James, que se mudara para outro país. A idosa Anita, que surgiu como um anjo na vida de Georgia – ambas se encontraram enquanto esta chorava pelo abandono sentada em um banco de praça, dera seu apoio incondicional tanto na administração da loja quanto nos cuidados com o bebê.
Alguns anos se passaram, a loja tornara-se um sucesso até entre celebridades de Nova Iorque, porém a vida pessoal passa por complicações. Dakota, agora uma “aborrescente”, faz constantes questionamentos à mãe sobre sua paternidade. Georgia sempre tenta se desvencilhar do assunto, mas sua aflição aumenta quando James reaparece e quer recuperar o tempo perdido ao lado da filha e reconquistar o amor de Georgia. Diante deste conflito familiar, Georgia conta com o apoio moral e a amizade não só de Anita como também de Peri - sua única funcionária, de suas clientes que integram o clube: Darwin - a pesquisadora, Lucie - produtora de audiovisual, e KC - a editora, e dos amigos Cat e Marty.
No entanto, nem tudo são espinhos nesta história, há muitos momentos de flores como: a famosa degustação das guloseimas feitas por Dakota, durante o encontro das integrantes do clube do tricô; a produção de um vídeo institucional sobre a loja e o clube do tricô; o amor platônico de Anita por Marty - dono de uma delicatessen na qual Anita busca o seu café da manhã diariamente e “despretensiosamente”; as gastanças exorbitantes de Cat patrocinadas pelo marido rico Adam; a viagem para Escócia com objetivo de apresentar o passado da família Walker para Dakota, enfim. Como a história é contada de modo linear, além desses acontecimentos todos na vida das personagens, a abertura de cada capítulo contém truques para as tricoteiras: desde a escolha da lã e da melhor agulha até o acabamento final de uma peça, passando pelas etapas de produção conforme as receitas.
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Comentário: "Duas sensações negativas me dominaram durante a leitura deste livro. Não suportei o comportamento de Dakota, considero-a uma filha ingrata e rebelde demais para o meu gosto, e o destino de Georgia, fiquei estarrecida com o que a autora planejou para seu futuro. Sabe quando dá aquela vontade de modificar o final de uma história, pois não aceitamos determinados fatos criados pelo autor? Assim eu me sinto com o desfecho de O clube do tricô. Pelo lado positivo, como falei anteriormente, este livro despertou em mim a vontade de ter uma lojinha e montar um clube como este, mas de amantes de outras artes manuais, pois, a bem da verdade, não sei tricotar nada mais que cachecóis. Além disso, encantou-me também os truques apresentados entre os capítulos, os quais eu desconhecia, e quem sabe com a leitura deste livro, eu venha me interessar mais pelo tricô".
site:
http://leituradomomento.blogspot.com.br/2012/12/o-clube-do-trico.html