Resenhas - Caetés

maribsilva 28/10/2024

Espelho
A parte mais difícil na leitura de caetés foi, sem dúvida, a exacerbada quantidade de personagens. vi-me listando-os como parentes em uma árvore genealógica e recorrendo à lista a cada menção de um nome familiar. um dos meus professores de literatura diz que essa é a grande falha do romance, e eu concordo.

caetés não me decepcionou apesar desse entrave inicial. diverti-me como nunca! os comentários de joão valério, além de mordazes, eram risíveis, em sua maioria. nunca conheci personagem mais ambíguo, inconstante, volúvel. em diversos momentos, vi-me absolutamente consternada ante suas ações; em outros, contemplei, refletido em suas letras, meu próprio lado ambíguo, inconstante, volúvel. senti-me mal por luíza e adrião, para os quais as ações de joão foram como água salgada em ferida aberta. desejei que nunca o tivessem conhecido. lamentei, profundamente, suas quedas.

pablalves 14/08/2024

Uma escrita deliciosa. O final quebrou toda a minha expectativa e me lembrou o porquê de eu não gostar da escola Realista/Naturalista

Suu 09/08/2024

...
Assim devemos reconhecer Graciliano Ramos tem uma facilidade em dificultar a linguagem em seus livros. Desde quando Li São Bernardo entendi que tudo se trata de espaço e o personagem presente no espaço com Caetés não foi diferente, Existe muitos personagens com muitas histórias que se atrelam a outros.
Foi difícil compreender onde João Valério se situa quem comentava alguma fala, como se desenrolava algum problema.
Mas é um livro que te prende nos primeiros momentos para você ver o que vai acontecer após aquele beijo.

Luverissimo 30/06/2024

Éh.... Todos somos Caétes - diz o leitor em tom pessimista.
Confesso que as primeiras 40 páginas foram terríveis, porque eu não estava entendendo para onde iria aquela história, quais eram as motivações, o "pra quê?". Enfim, depois de insistir um pouquinho finalmente me situei mais com os personagens e pude ter um olhar mais social quanto aos acontecimentos. O empolgante desse livro, é como Graciliano consegue criar personagens profundos usando uma narrativa de 1° pessoa.
Eu diria que foi uma leitura bem arrastada no começo, (quase desisti kkkkk), mas que de alguma forma decolou e prendeu a atenção, porém teve um final muito e muito de acordo com a realidade: falamos de mais, invejamos muito, e quando é pra fazer não fazemos. Em comparação a outros sucessos, principalmente com Vidas Secas, esse livro acaba sendo bem simples e linear, vale a pena ter paciência, afinal esse foi o primeiro livro dele. Leitura interessante, muito boa para conhecer mais do estilo do autor!

*(persevere kkkk, e não aumente suas expectativas, ah e é normal sair dessa leitura mais pessimista do que o normal, é o Graciliano....)

Sara 16/05/2024

Demorei muito pra ler um livro minúsculo. De todos os livros que li do Graciliano e amei, esse eu odiei. Ficou interessante só no final e mesmo assim no final eu não gostei.

Erich 13/04/2024

O nome do livro é referência ao livro que o personagem narrador João Valério, guarda-livros de Teixeira & Irmão, está escrevendo no seu tempo livre. As reflexões sobre o processo de escrita são bem interessantes, e me pergunto se foram colocadas ali representando dificuldades que o próprio Graciliano sentia no princípio, quando começava a produzir suas obras.

Acompanhamos uma pequena sociedade da cidade, pessoas do círculo diário de convívio do João Valério. Os capítulos curtos favorecem a leitura e vamos conhecendo rapidamente os membros dessa pequena sociedade. Ler este livro dá uma sensação de que paramos um tempo numa cidade pequena e ficamos a observar o ir e vir das pessoas, os boatos que aparecem, a evoluç��o do dia a dia. Todos os personagens são comuns, não temos nada grandioso ocorrendo, em nenhum sentido, e mesmo assim é uma obra muito boa.

Vejo o João Valério como um solteirão meio perdido, que se deixa um pouco ser levado pelo vento. Logo de inicio vemos ele imaginando uma vida futura com diferentes mulheres... Parece um carinha estranho que antes do primeiro encontro já está escolhendo o sabor do bolo de casamento e o nome dos filhos... Isso me fez vê-lo logo no início como um sonhador desconectado da realidade e sem chances reais de agir.

Com o avanço da obra vemos que ele tinha sim chances de conseguir alguma coisa. Mas ele simplesmente desiste de uma das oportunidades... E com respeito à outra vemos as ilusões dele sendo aos poucos perdidas... De fato como um sonhador que coloca uma pessoa no pedestal e que, ao acordar, percebe que os atributos quais imaginou de fato foram só imaginação mesmo.

Ao fim do livro, o personagem nos traz uma reflexão sobre "ser um caeté". Não concordo exatamente com a reflexão dele, mas vale muito. Principalmente os dois últimos parágrafos

"Descrente? Engano. [...] Ateu! Não é verdade [...]" (não transcrevo o restante)

Gian Paolo 01/04/2024

CAETÉS!!!!!
Que pena ter lido tantos russos atrás da psicologia enquanto tinha graciliano aqui na estante!!!!!!!!!!!!! gigante

anarontani 16/02/2024

o começo é meio confuso, muitos personagens?

lá pro meio achei o narrador muito chorão e lembrando as vezes o romântico werther ou quando ele ficava com raiva da amada lembrava madame bovary?

mas o narrador é muito delirante e essa angústia q ele sente, essa vibe deprê e boêmia me pegou algumas vezes?

lendo sobre o expressionismo e sabendo q o autor se inspirou nessa vertente, me fez entender melhor o narrador/sofredor! entender, não gostar ou aceitar ele!!

Rochele6 12/01/2024

O típico "eu quero", "acho que eu quero", mas quando eu consigo, não sei se eu queria tanto assim! Muitas vezes, as pessoas só desejam algo, pelo simples fato de demonstrar poder!

Lutty 08/09/2023

João Valério, um homem frustrado e sem esperanças. O livro se divide entre um amor impossível que nutre pela esposa de seu empregador e a escrita de seu próprio livro sobre o povoado Caeté. Relata em uma trama complexa sobre os anseios, pretensões e frustrações que envolvem sua existência. Detalhista demais em descrições em que me perdi. Cansativo.

florescerdaleitura 08/12/2022

Somos todos Caetés
O enredo base é a vida de João Valério, guarda livros dos irmãos Teixeira. A narrativa se intercala entre o romance de João com Luísa e sua tentativa de escrever um livro sobre os Caetés, que foram selvagens canibais.

A leitura desse livro me agradou, principalmente pelo final inesperado e pelas reflexões que o personagem faz sobre as similaridades entre a sociedade dita civilizada e a sociedade dos selvagens Caetés.

Minha edição é de 1971 e infelizmente está sem os capítulos 26 e 27. Mas consegui ler os dois capítulos pelo aplicativo Biblion, que têm uma versão mais atual, mas com o mesmo texto.

Apesar desse "perrengue literário" finalizei e recomendo a leitura dessa obra de Graciliano. Boas Leituras

Le 06/09/2022

Legal
Os romances brasileiros não tão contemporâneos são meus favoritos, gosto de aprender novas palavras, as de desuso. A história em Caetés é de amor, ou melhor, de algo proibido que o personagem principal narra na pequena cidade do nordeste. Delícia.

Guilherme Felipe Agapto 27/01/2022

João Valério, João Valério!
A história trata basicamente de um rapaz que tenta escrever um romance e tem o amor por uma certa Luísa. Só que os romances não vão porque ele tem um bloqueio criativo e ela é casada. Aí ele busca um contato maior que o permitido com Luísa e uma carta anônima é expedida e o seu marido suicida, ficando oito dias de cama e morre o amor de Luísa, se é que ela o amava. Aí João Valério leva tempo para encontrá-la e perde o interesse por Luísa e pelo romance que escrevia, duas coisas que trariam apenas promoção social e prestígio, já que ele se encontrava numa situação inferior na sociedade. Graciliano Ramos mostra um texto enxuto e ao mesmo tempo denso, com numerosos personagens e uma leitura difícil pela quantidade de fatos que precisam ser expostos para trazer um panorama do romance. É um dos melhores romances de um dos melhores romancistas brasileiros. Recomendo!

Pax 18/01/2022

Início
Eu particularmente tenho um afeto muito grande por esse livro, pois, foi o primeiro livro que eu realmente li na vida. Foi durante um momento em que eu não estava bem emocionalmente, e estava de viagem em Aparecida de Goiânia, e minha tia me via lendo e perguntava sobre o livro, e me incentivava muito a ler. Infelizmente essa minha tia acabou falecendo por causa da Covid 19.
Acho que o principal "problema" desse livro é a quantidade de personagens. Eu me lembro do João Valério, Luiza, o esposo dela que não lembro o nome, um padre lá, os Siqueira e alguns outros amigos de João Valério. Em certos momentos a leitura acaba ficando meio pesada, não necessariamente chata, mas na parte sentimental dos personagens, o autor soube descrever muito bem!

duda 17/01/2022

não gostei tanto como o outro que li mas é uma leitura importante pra conhecer a literalmente do autor