duda.1909 02/10/2024
"Quando for deus de novo, lembre-se. Lembre-se de como é ser humano."
No penúltimo volume de Provações de Apolo, nossos protagonistas precisarão encarar dois dos três imperadores da Triunvirato S.A. O objetivo é simples: dominar o Acampamento Júpiter. Mas engana-se quem acha que o problema de Apolo e Meg serão apenas os imperadores. Entre deuses menores e oráculos rancorosos, mais problemas serão desenterrados do passado do deus da poesia, revelando ainda mais pessoas que querem Apolo morto. O Acampamento Júpiter, recuperando-se de ataques recentes, precisará juntar forças para se defenderem da grande invasão que estão prestes a receber e, paralelo a isso, Apolo e Meg terão que sair em uma aventura junto da filha de Belona para encontrar um ingrediente essencial para impedir o ataque de seus inimigos. Os problemas são muitos, e a derrota parece iminente, já que a força dos imperadores está cada vez maior, o exército deles prontos para invasão e um cúmplice que fará de tudo para aniquilar Apolo. A volta ao Olimpo terá que ser adiada, e se achou que seria fácil esse desafio, achou errado, é claro.
A Tumba do Tirano é o ponto alto da saga. Rick faz questão de amadurecer sua escrita e o livro, transformando a obra e a saga. Há certos pontos que Riordan acrescenta que fazem o livro ser algo mais sério, sombrio e mórbido, mais do que Labirinto de Fogo, o livro anterior. Os acontecimentos que ocorrem aqui são bem mais desafiadores, além de serem muito bem conduzidos, com muita ação e lutas, sendo de extrema importância para a narrativa. Se no início da saga tínhamos missões inúteis e mal desenvolvidas, aqui temos acontecimentos muitos bons, eletrizantes e gostosos de serem lidos, até mesmo os mais perigosos e tristes. A escrita do Rick segue amadurecendo, transformando-se diariamente, contribuindo para uma boa trama, bem trabalhada também, que usa elementos que envolvem o passado do Apolo, por exemplo, mas não deixa de usar fatos do presente. O que os personagens precisam para tentar derrotar os imperadores não é algo fácil de conseguir, bem como aniquilar os inimigos, e isso é deixado bastante claro. É uma missão suicida que pode resultar em morte, e os personagens e os leitores sabem disso. Ou seja, há muito perigo, mas é isso que nos deixa claro como a escrita e a narrativa evoluíram positivamente.
Como a trama se passa quase que completamente no Acampamento Júpiter, que poderia ter sido uma má ideia, visto que desenvolver um livro em único ambiente pode ser algo cansativo de ler, mas que é bem desenvolvido e interessante, o leitor acompanhará e conhecerá muito mais sobre os romanos. Claro, há aquelas missões que os protagonistas saem para buscar algo essencial que precisam, mas também ficamos muito no acampamento romano, que foi uma ideia genial, tendo em conta que os imperadores são romanos (mais uma das milhares ironias de Rick Riordan). Conhecemos personagens novos, revemos nossos antigos amigos… Durante a leitura, nem parece que os romanos estão prestes a receberem um ataque homicida. Parece mais que nós, leitores, estamos no Acampamento, convivendo com os outros campistas e também visitando Nova Roma, nos sentindo parte do universo, e essa tranquilidade que Rick transmite para nós é maravilhosa. Ele nos acalma com passatempos no Acampamento, mas não deixa se dizer com quanto perigo estamos lidando. Isso, juntamente da trama maravilhosa que esse livro tem, só melhora esse quarto volume.
Partindo agora para os vilões desse livro, elogios precisam ser feitos. Depois de Cronos, em Os Olimpianos, esses imperadores são os piores inimigos que o Riordanverso já teve, ou pelo menos do que eu já li. Eles não hesitam na hora de matar ou destruir; eles realmente matam e destroem. É assustador ler alguma cena com eles, porque eles são maus, mas um mau realmente mau, daqueles que não se importam com nada nem ninguém, e fazem de tudo para conseguir o que querem. Tem cenas que dá nojo de ler, porque eles fazem coisas absurdas e terríveis que eram inimagináveis de existirem no Riordanverso até poucos livros atrás. Esses vilões são diferentes de tudo que eu já li.
Minha experiência com esse livro foi incrível. Gostei de tudo, da trama, dos personagens, dos acontecimentos, dos vilões, do humor, das cenas de luta e ainda mais da batalha final. Essa batalha foi a melhor da saga (até agora). Teve muita briga, explosões, quase morte, imperadores se dando mal…Teve tudo que uma batalha final precisa ter para ser boa, e essa foi incrível de ler. Claro, fiquei muito apreensiva, gritei um pouco, chorei bastante e xinguei muito, mas foi sensacional, ainda mais com o desfecho que teve…
Por fim, A Tumba do Tirano é um livro maravilhoso. Tudo nele é bom, muito bem escrito e perfeitamente bem desenvolvido. Um livro que acaba com alguns psicológicos, até porque são livros do Rick Riordan, mas que é ótimo de ler. Acompanhar nossos personagens amadurecendo ainda mais foi incrível, e é possível afirmar que Apolo e Meg estão preparados para encarar o desafio final, dessa vez de volta onde tudo começou. Esse é um livro que nos prepara para o fim da saga, já se despedindo, e que consegue deixar muita coisa aberta para o último volume que, assim como esse, promete muitas reviravoltas.