Natascha Oliver 18/07/2012Urbana Legio Omnia Vincit: Como se não houvesse amanhã.Primeira semana de faculdade e eu não poderia ter começado lendo livro melhor: Como se não houvesse amanhã de Henrique Rodrigues, livro Legionário e inspirador nessa minha nova fase.
“Este livro poderia ter sido apenas uma coleção de contos baseados em canções pop. No entanto, as obras nele incluídas extraem trechos, sensações, intenções e sugestões para formar um caleidoscópio rico e multifacetado, que – assim como a melhor canção pop – reflete todos nós.”
Não vou negar que quando Como se não houvesse amanhã chegou em minhas mãos, eu o imaginei alegre e triste, ritmado no compasso dos meus sentimentos e das batidas da bateria do Bonfá, profundo como a voz do Renato, marcantes como os solos do Dado, meio ao pé da letra, meio visto por mim, e devido a isso não sei dizer se me decepcionei ou me surpreendi.
Decepção, surpresa... Não são bem essas as palavras. É que quando se fala de Legião, elas sempre me faltam, pelo simples fato de eu achar que todas elas já foram ditas e musicadas com perfeição sem igual. E com relação a isso, eu não poderia estar mais errada.
Acho que o que eu mais estranhei – e talvez por isso eu tenha gostado, e muito – em Como se não houvesse amanhã, foram as perspectivas dos autores dos contos. Por serem breves, de temas diferentes e escritos por pessoas diferentes eles me fizeram ver as músicas do Legião por um outro ângulo, por mil outros ângulos que eu nunca imaginei ver. É como dizem “entenda como quiser”, transcreva como quiser, e isso me fez sorrir muito.
O livro foi organizado por Henrique Rodrigues, e é totalmente composto por contos feitos por fãs da banda, como Renato dizia “A verdadeira Legião Urbana são vocês”, e de fato assim foi feito. Os contos, abrangem todos as obras do Legião e foram dispostos na ordem dos CD’s, e é possível sentir aquela sensação de redescoberta do início ao fim. Imaginar a cena descrita ao som da música correspondente, não tem nada mais gostoso.
Folheando as páginas do livro, encontramos uma adolescente revoltada em Será; um Faroeste mais moderno, mas ainda assim intenso; o depois do ‘felizes para sempre’ de Eduardo e Mônica; recordações de um Tempo Perdido, na era da ditadura brasileira; a ausência do encanto em Há tempos, e muitas, muitas outras músicas – agora, devidamente historiadas – que ainda me fazem chorar, arrepiar e ter vontade de ir num show do Legião, mesmo sabendo que não é mais possível.
Sei que eu sorri, me emocionei, lembrei de cada letra das músicas, de cada acorde, e agora, mesmo sem querer, as vejo de modo diferente. Até os contos que não foram muito de meu gosto despertaram em mim novos sentimentos com relação às músicas, e isso é muito, muito bom!
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