spoiler visualizarNaimica 01/11/2022
Oh admirável mundo novo!
Beleza. Para começar: eu sou fã de distopias. Porém essa é mais uma que não me desperta grande apreço, talvez seja culpa apenas de minhas expectativas.
O mundo, o admirável mundo novo, é inteligente. Como tudo é controlado (desde o início do controle até o fim) é bem mais inteligente.
As Castas são o ponto central, mas não o único. Os indivíduos de cada casta sempre estarão satisfeitos com o seu trabalho, mas não apenas isso... Eles só se sentem bem exercendo seu trabalho (Qualquer que seja. Ruim? Não importa, estão condicionados a gostarem). E para todo o resto? SOMA!!
Claro, não devo esquecer de citar todo o condicionamento, desde o genético até o uso de frases "de impacto" com muitas repetições.
Preciso ainda citar dois trechos que, acho que, resumem bem o livro:
"o segredo da felicidade e da virtude: amarmos o que somos obrigados a fazer."
e
" -'Fui' e 'serei' me deixam doente - citou -; uma grama, e com o 'sou' fico contente".
Alguns outros pontos são importantes, como a ausência de famílias, o "todos pertencem a todos" onde a liberdade sexual ("liberdade", todo mundo é hetero, aparentemente), falta de reprodução de forma sexuada, o fato de todos estarem sempre juntos e não haver tempo para a solidão e a reflexão, como qualquer fato diferente os fazem a recorrer ao Soma (as vzs só automaticamente, sem qualquer motivo), como a morte é condicionada a não ser um evento importante e mais mil e um detalhes.
Agora, acho que devo fazer um apanhado dos personagens que mais chamaram minha atenção; vale ressaltar que em distopia eu sempre amo aquele que é contra as regras...
O Selvagem: inteligente, mas acaba sendo conservador demais para ser um herói.
Bernard: começa bem, mas foi muito influenciado para ser o herói da trama.
Lenina: (minha personagem favorita) ainda não tem a consciência precisa para ser a heroína.
Administrador: controla tudo, mas poderia ser o herói. ("ou você morre como herói ou vive o bastante para se tornar o vilão")
Helmhotz: no caminho para ser o herói, parado na dele, mas ele iria chegar lá em breve.
Lembrando desse último, preciso citar as ilhas, que ao meu ver foram a melhor parte do mundo, se elas realmente forem reais. São o refúgio de todo aquele que é consciente e não se encaixa no mundo, porém também é visto como castigo pelas que querem ficar na "felicidade" do mundo controlado. E agora? São reais? As pessoas estão felizes lá? O que eles podem fazer na ilha? É um local livre? O que houve com Bernard e Helmohtz? Não temos essa informação, o Selvagem foi proibido de ir com eles pra ilha... seria experimento. Algo acaba me dizendo que não existem ilhas, eles vão para uma "câmara de gás, sim".
Quanto ao final? Não gostei do foco no Selvagem e em todo aquele circo. Chato, coitado. Mas não foi interessante.