Antonny.Fillype 21/04/2021Admirável mundo novo, ou seria louco?Essa obra é diferente de qualquer outra distopia, pois trás a proposta de uma sociedade que possui valores invertidos, onde a monogamia é considerado algo estranho e obsceno, onde as crianças são fabricadas pela fertilização in vitro e jamais por relações sexuais, os conceitos de familia compostos de pai e mãe são ultrapassados e incomodos quando citados, onde as crianças e adolescentes são ensinados pela hipnopedia (aprendizado durante o sono, através de repetições de informações), seus valores, modos de pensar e muitas outras coisas. Em admirável mundo novo a sociedade é dividida em castas, contudo isso não se torna um problema nem para as classes mais baixas, pois todos aprenderam a se sentir bem e estar felizes com o que fazem e aceitarem sua casta seja ela inferior ou superior. A felicidade é algo que faz parte da vida deles como oxigênio, estão sempre felizes e mesmo quando algo fora do padrão acontece, eles tem uma droga chamada de "soma" que faz com que eles voltem a normalidade e se sintam bem. Nessa sociedade a morte pra eles não é um motivo pra se entristecer, eles também não tem acesso a poesia ou nada do tipo, pois pra eles os livros antigos não podem ser entendidos. Vale ressaltar um pequeno detalhe, sobre a fabricação de crianças, como a biologia nessa sociedade é bastante avançada, eles conseguem produzir gemêos em massa, todos com o mesmo rosto e os mesmos aspectos fisícos. A casta nessa sociedade é definida pela quantidade de oxigênio injetada no feto, quanto mais oxigênio mais alta a casta e vice versa. Eles cultuam sempre a beleza e a saúde, as doenças são sempre evitadas e aparência muito bem cuidada, tanto que quando aparece uma personagem gorda eles ficam impressionados com seu estado. Eles dividem o tempo em antes e depois de Ford, aquele da produção em massa. A história é toda centrada nas diferenças do primitivo e moderno, eles chamam os que vivem um estilo de vida diferente dos deles de "selvagem". Pra eles conceito de Deus foi completamente deixado de lado, pois por mais que ele exista, eles vivem numa sociedade perfeita, onde não há dor e nem sofrimento. Tudo que é feito pelo governo é voltado pra fabricação e pro consumo, se não favorece esses dois é considerado inviável.
A história vai girar em torno do personagem Bernard Marx que faz parte de uma casta superior, contudo durante sua gestação houveram alguns problemas que faz com que ele tenha certos conceitos diferentes e sinta-se excluido dos demais e ele sempre é julgado pela sociedade por esse defeito genético. Um certo dia, Bernard decide leva Lenina outra garota também de casta superior para passear numa reserva primitiva onde vivem "os selvagens", pessoas que vivem estilo de vida de diferente do deles, com a monogamia, o conceito de família baseado em pai e mãe, que vivem com a poesia, a literatura e tudo a que eles repreendem. Então nesta reserva Bernard se depara com Linda, uma mulher que havia nascido na civilização igual ele, contudo foi excluida por ter um filho e acabou ficando nessa reserva e logo em seguida ele conhece o filho dela John que foi criado como um "selvagem". Bernard decide levar os dois para a civilização e lá acontecem inúmeros imprevistos, John começa a ser estudado, pois ele e Linda são considerados aberrações perante aquela sociedade perfeita e John com seu senso critíco passar a ser uma ameaça para a estabilidade social ali presente. Eles tinham como lema da socieade "comunidade, identidade e estabilidade".
Agora um pouco da minha opinião sobre, no começo estava algo bastante cansativo, pois foi uma grande explicação de como a sociedade funcionava, sempre falando muito da biologia avançada, mas depois melhorou, e foi fluindo bastante, principalmente na parte da viagem de Bernard para a reserva primitiva, acho que esse foi o ponto onde a história começou a caminhar mais e foi nesse ritmo que considero bom até o final. O final foi algo bem enigmático, as interpretações que podem ser feitas são diversas, mesmo não tendo me tocado tanto, senti um pouco do que ele quis passar no fim, eu recomendo essa obra pra quem quer entender um pouco mais de distopias e gosta de finais que pedem uma interpretação mais profunda da mensagem central da obra.