Engels ficou conhecido como o principal colaborador de Marx, em uma parceria que perdurou por cerca de quatro décadas e produziu algumas das mais célebres teorias do pensamento revolucionário. A presente obra, porém, evidencia a admirável erudição individual de Engels, escrita à parte de Marx, e se tornou um exemplo de análise materialista da história da filosofia. Com característico rigor, “Ludwig Feuerbach e o fim da filosofia clássica alemã” é uma crítica à realidade da Alemanha no final do século XIX (passado o período da unificação dirigida por Bismarck), mas também um acerto de contas com a consciência filosófica que vem após a morte de Hegel. Sua análise não deixa de ser uma investigação sobre a decadência ideológica do pensamento burguês, cada vez mais aquém das reflexões de seus clássicos. Diante disso, conclui o autor que é apenas na classe trabalhadora que continua a subsistir intacto o sentido teórico alemão, e sua consciência revolucionária seria o ponto de saída não apenas da filosofia alemã, agora decadente, mas da sociedade burguesa em todas as suas dimensões.
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