Manual de Sobrevivência para Suicidas é a estreia de Nick Farewell como poeta, distinção esta que ele reluta em aceitar.
“Tudo que eu queria era ser engenheiro”, ele sempre responde quando indagado sobre a sua vocação para a escrita. Reunido ao longo de vinte anos de vida, essa pequena mas substanciosa produção poética tenta decifrar a indagação que o fez abandonar sua vocação primeira: “Percebi que o maior mistério da vida não são os cálculos complexas e as equações insolúveis. A existência com seu binômio vida e morte é muito mais complicada do que qualquer problema matemático que eu já tenha encontrado”.
Mas, como se sabe, não é a exatidão que o autor procura e muito menos o que os leitores encontrarão. “Estenda a sua mão e tente alcançar o profundo segredo das suas tristezas.” São os últimos versos e a contra-capa do livro. É um lembrete de que talvez a compreensão seja a chave para a resolução de nossos problemas existenciais. Só resta descobrir se é realmente como Nick Farewell diz, que os motivos pelos quais as pessoas querem morrer escondem na verdade os motivos pelos quais elas deveriam viver.