Quando o assunto é Diego Armando Maradona, convém sempre perguntar antes sobre qual dos "Maradonas" se pretende falar.
Aquele que batia bola nos potreros da Villa Fiorito ou o personagem que alcançou o estrelato atuando em grandes palcos do futebol mundial? A figura protetora sempre pronta para cuidar dos amigos e da família ou o astro controverso, rotineiramente bombardeado por detratores e pela imprensa? O atleta símbolo de coragem no enfrentamento aos poderosos ou o homem que tantas vezes expôs sua fragilidade ao público, seguidamente derrotado pelas próprias fraquezas?
Nas palavras do jornalista Ernesto Cherquis Bialo, "Maradona é Fiorito e Dubai. É barro e sete estrelas. Torneiras de ouro e latrina". Desta mistura complexa e fascinante, nasceu um ícone inigualável, que colecionou histórias, conquistas, polêmicas – e que despertou nosso desejo de acompanhá-lo de perto, por vezes fustigá-lo e, também por todo esse indecifrável emaranhado de atributos, idolatrá-lo profundamente.
Genial em sua arte, mas demasiadamente humano. Talvez seja essa a melhor etiqueta para rotular Maradona, seus feitos e suas vulnerabilidades. Para escrever a biografia definitiva – e inédita no Brasil – de um dos maiores gênios da história do futebol mundial, o premiado autor Guillem Balague se valeu de vasta e dedicada pesquisa, realizou inúmeras entrevistas, inclusive uma exclusiva com o próprio Maradona em seus tempos de Oriente Médio, e colheu depoimentos de muitas das pessoas que melhor conheceram todas as facetas do craque argentino, como Guillermo Blanco (assessor de Diego durante seu auge nos anos 80), Fernando Signorini (preparador físico que o acompanhou por praticamente toda a carreira), o companheiro de ataque Jorge Valdano, o histórico narrador Víctor Hugo Morales, o jornalista Daniel Arcucci e tantos outros.
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