Na primeira parte de Marília de Dirceu somos apresentados à Marília e ao pastor Dirceu, responsável pela voz do poema que descreve todo o seu sentimento pela jovem. Ambos são pastores de ovelhas em uma região não definida pelo autor. Nessa primeira parte, escrita antes da prisão do autor, nota-se uma preocupação intensa em louvar a beleza da amada. Outro objetivo do eu lírico nesse trecho parece ser o de se colocar à altura dela, fato que fica claro pela afirmação de uma posição social nas primeiras liras.
Além disso, Dirceu apresenta frequentemente seus planos em relação ao futuro com Marília. O eu lírico deseja uma vida bucólica e serena, com filhos, em um ambiente campestre fortemente marcado pela presença da natureza.
Já na segunda parte, elaborada na prisão, local para o qual o autor e o eu-lírico se deslocam, e na terceira, predomina o tom solitário e pessimista. Dirceu repete sua tristeza e saudade de Marília, sem o otimismo e o louvor à natureza presente no trecho inicial.
Liras de Marília de Dirceu São relicários de uma paixão que atravessa o tempo , dois séculos depois de sua edição Original o conjunto de poemas de Tomás Antônio Gonzaga ainda mantém lugar de destaque no interesse do Público Leitor.
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