A importância da crítica de István Mészáros ao reformismo da socialdemocracia para a compreensão do desvio do movimento socialista da causa da emancipação do trabalho e dos limites das reformas sociais realizadas no sistema do capital pode ser constatada em várias passagens do livro que ora se apresenta. Entender a crítica de Mészáros ao reformismo da social-democracia ocidental trazendo também a contribuição de Marx e de autores marxistas importantes como Lenin e Rosa Luxemburgo para elucidação do tema é um dos objetivos desse livro. O livro analisa as mudanças fundamentais realizadas no movimento social-democrata ocidental, primeiro a partir de 1875 com a divisão entre revolucionários e reformistas que foi reforçada com o Programa de Gotha, depois a partir de 1914, início da Primeira Guerra Mundial e da capitulação do movimento social-democrata ocidental às demandas do expansionismo nacional burguês. Com a implementação da estratégia reformista de restringir a luta do movimento social-democrata à busca por demandas cotidianas imediatas para os trabalhadores através do parlamento, a luta pelo socialismo vai sendo pouco a pouco abandonada pela social-democracia. A autora reafirma a tese de Mészáros de que as vantagens materiais obtidas por alguns setores da classe trabalhadora dos países avançados somente são oferecidas pelo sistema capitalista nas suas fases de expansão lucrativa, nesse sentido, elas podem ser consideradas concessões conjunturais que dependem do funcionamento tranquilo da acumulação do capital. Isso pôde ser constatado, segundo a autora, a partir de 1970, quando a crise estrutural emerge provocando o bloqueio da expansão dinâmica do capital e trazendo duas graves consequências: 1) a redução das possibilidades dos trabalhadores obterem novas vantagens materiais e 2) a retirada gradativa de direitos e benefícios sociais importantes para o movimento da classe trabalhadora.
História / Sociologia