Este livro reúne vinte ensaios publicados, entre 2010 e 2012, no jornal Rascunho, numa série, ainda não terminada, cuja proposta é reler os prosadores da literatura brasileira. A leitura segue, de maneira proposital, parâmetros em grande parte desprezados na atualidade, quando a crítica literária não só difunde, mas também sofre dos três males apontados por Tzvetan Todorov: formalismo, niilismo e solipsismo. Trata-se, logo, de uma leitura à contracorrente.
Os ensaios estão dispostos cronologicamente, como convém a um trabalho que, embora crítico e analítico, também se apresenta sob a perspectiva da história. Cada autor eleito comparece com uma obra no tribunal do júri, que o crítico escolheu por seu caráter paradigmático, sua capacidade de representar o conjunto da produção de cada escritor. O movimento interno de cada ensaio é, portanto, de alternância, sempre ágil, entre análise particular da obra escolhida e a perspectiva global do autor focalizado.
Entre os autores analisados encontram-se os nomes clássicos de José de Alencar, Manuel Antônio de Almeida, Raul Pompéia e Machado de Assis, mas Rodrigo Gurgel também relê grandes prosadores esquecidos, como João Francisco Lisboa, Joaquim Felício dos Santos, Eduardo Prado e vários outros.