Aos dezoito anos de idade, Erich Maria Remarque (1898-1970) conheceu as trincheiras alemãs da Primeira Guerra Mundial. Foi ferido em três ocasiões. Saiu do conflito profundamente marcado e perplexo com a crueldade da guerra. Durante a década de 20, enfrentava a insônia carregada de fantasmas tomando notas sobre os horrores que viu e viveu no front. Os rascunhos formavam o núcleo de um romance. Publicado em livro no ano de 1929, Nada de novo no front firmou uma posição radicalmente pacifista em um mundo que ainda via a guerra como uma alternativa política e determinou o perfil antibelicista que habita a literatura ocidental até hoje.
O protagonista é Paul, jovem alemão de família humilde que, como tantos da sua geração, deu ouvidos aos pais e professores, abandonou a escola e partiu para uma guerra que – conforme descobriria – não era a sua. Não bastasse a legitimização que faz do ser humano pacifista, Nada de novo no front é um livro assustadoramente comovedor. Resiste ao tempo graças à simplicidade do seu estilo aliada à franqueza com que trata dos sentimentos humanos.
Literatura Estrangeira