Está nos jornais, virou conversa de bar e até tema de discursos inflamados de parlamentares: a tal da linguagem neutra ganhou as ruas e há trincheiras a favor e contra. Mas o que é exatamente linguagem neutra? Existe gênero gramatical neutro? E linguagem inclusiva? A escola deve ensinar marcas não binárias? Quais são essas marcas no português? Em um livro fascinante, Raquel Freitag mostra que o português brasileiro está passando por um momento de menor estabilidade, com a regra de uma hegemonia, o masculino genérico, sendo ameaçada. E discute, ainda, como a ambiguidade do adjetivo “neutra” do título do livro permite que diferentes grupos evoquem a sua perspectiva, alinhada ao seu modo de ver e conceber o mundo.
Não-ficção