A psicanalista alemã Alice Miller, por meio de linguagem simples e acessível a não especialistas, chama a atenção para as consequências drásticas do castigo às crianças, o que inclui desde tapinhas, beliscões, puxões de orelha, humilhações até espancamentos. Recorrendo a exemplos clínicos e históricos, revela a ligação causal entre a violência sofrida na infância e a formação de traços de personalidade violentos e destrutivos. Demonstra que a habitual condescendência de quase todas as pessoas ao uso de algum grau de violência no processo educacional encontra suas raízes no fato de que todos fomos submetidos à violência em um momento da existência em que não podíamos nos defender e por pessoas que diziam nos amar( e de fato amavam). Este fato nos faz naturalizar a violência física e psíquica como procedimento legítimo no relacionamento com nossos filhos e a realmente a acreditar que o castigo "é para o bem deles", já que fomos castigados por nossos pais "para o nosso próprio bem". Revela que, desta forma, condenamos nossos filhos a uma existência feita de ansiedade, tristeza, raiva, vergonha e os predispomos a se tornarem violentos, egoístas e amedrontados. Livro incrível que nos chama à responsabilidade como pais e nos apresenta a oportunidade de quebrarmos os ciclos de violência intergeracional a que temos sido submetidos. Indispensável para todos os pais/mães, avós, professores.
O título deste livro formula um mandamento não expresso e muito cedo interiorizado em nossa vida, cujo efeito no inconsciente do indivíduo e da sociedade é descrito com a ajuda de histórias.
Sobre a autora:
Alice Miller estudou filosofia, psicologia e sociologia em Basiléia, e, em Zurique, tornou-se psicanalista, clinicando por cerca de vinte anos. Em 1980, deixou de dar consultas e suspendeu suas atividades docentes para escrever. Desde então, publicou dez livros, nos quais divulgou largamente os resultados de suas pesquisas a respeito da infância.
Psicologia