O escritor Nelson Rodrigues foi muitos em um: jornalista, cronista, teatrólogo, romancista, contista e comentarista. Este ensaio propõe uma nova reputação nesse vasto universo rodrigueano: a de filósofo. A proposta surge de uma percepção do olhar obstinado do autor sobre duas obsessões - o amor e a morte. A crueza e beleza do pensamento de Nelson Rodrigues sobre a eternidade e transcendência do amor e a onipresença da morte, transbordam da vida para a obra de Nelson, e vice-versa. Os pactos de morte entre amantes e os suicidas são símbolos reais e alegóricos do autor e tornaram sua obra incomparável, tal como bem exposto neste ensaio. Flávia Arielo sugere que Nelson Rodrigues desponta como um filósofo dos costumes que, por meio de suas peças, crônicas e memórias, pratica uma filosofia do desnudamento da vida, transcendendo a literatura, escancarando o comportamento humano. A abundância de nudez e morbidez, tão características da obra de Nelson Rodrigues, são a essência de sua filosofia moral, pois são um convite ao mergulho mais abissal da alma humana, livre de qualquer máscara social. Neste livro você terá um encontro com alguns dos maiores personagens rodrigueanos: os idiotas da objetividade, os canalhas honestos, as adúlteras, os suicidas e os eternos amantes. Mas acima de tudo, este ensaio é uma jornada adentro da mente de um gênio literário e filosófico, pela vida de Nelson Rodrigues, personagem de si mesmo, que proporciona ao leitor uma visão pouco usual sobre o amor, a morte, a nudez e a condição humana. Flávia Arielo nos convida a refletir sobre as complexidades inerentes à existência, olhando através do buraco da fechadura que revela o universo trágico de Nelson Rodrigues.
Literatura Brasileira