O Manifesto Neoecadentista Brasileiro, primeiro manifesto por estas terras, colocará o leitor a par do que se trata esse movimento novo, e que se apropria do horror, do erotismo, e do absurdo para transfigurar e pintar com cores variadas o quadro decadente e repulsivo das cidades terceiromundistas, aqui, no caso, as cidades do Brasil.
Sobre os contos e seus autores, os nomes da vez são H.G. Wells, velho conhecido na ficção científica, mas, aqui, com um raro conto de horror sobre flora vampírica. Georges Rouvray, autor de folhetim francês de imaginação fértil e cruel, com um conto sobre um evento bizarro e horrendo engendrado pela natureza caprichosa. Também teremos Gustav Meyrink, autor alemão pouco traduzido para o português (Melusine Press tem uma edição de contos do autor no prelo), em um conto inédito que narra a frenética descoberta ocultista de um arqueólogo iniciado nos segredos herméticos. Gabrielle D'Annunzio, talvez o maior autor italiano de sua época, nos apresenta a viagem estética e apavorante de um jovem em estado de convalescência, por um jardim arruinado e no meio do nada.
Além desses autores, teremos grandes nomes da literatura insólita nacional, com contos inéditos. Larissa Prado nos contará de um homem que descarrega a dor do próprio luto em perversões sexuais. Jaime Azevedo nos apresenta o que ocorreu a um prisioneiro de guerra francês em Schaedel, a cidade que os leitores de “Tudo que ama e rasteja” conhecem bem. Alcebíades Diniz, editor da Raphus Press e também ficcionista, apresenta um genial conto em que a contemplação estética do horror tem resultados singulares para uma mente fragilizada. Finalizando a sessão de contos, Alberto Rangel, um autor decadentista brasileiro, pernambucano, resgatado dos baús do esquecimento pela Melusine Press, terá o seu conto decadentista amazônico publicado, um verdadeiro “INFERNO VERDE”. (A editora também prepara uma edição crítica dos contos decadentistas amazônicos de Rangel).
Não bastando tudo isso, a sessão de artigos traz um miniartigo escrito por Julia Lobão, especialista em decadentismo italiano, analisando o conto "Os Crisântemos" e falando sobre um recorte da obra de D'Annunzio. Rodrigo Kmiecik, historiador e ficcionista, fala em seu artigo sobre a botânica como princípio estético na literatura de horror, um tema raro e muito curioso no gênero. Por fim, o poema narrativo em 3 cantos de Raphaella Alcoforado, autora neodecadente, neosurrealista, apresenta um mundo feminino cheio de imagens sexuais, grotescas e barbáricas, fechando este primeiro volume.
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