No quarto volume da série, o quadrinista Riad Sattouf narra sua passagem da infância à adolescência, a deterioração de sua família e os conflitos no Oriente Médio nos anos 1990
Há quem pinte a infância e o passado como um borrão esmaecido, mas esse definitivamente não é o caso do premiado quadrinista Riad Sattouf. Com cores vibrantes, traço único e uma narrativa ao mesmo tempo crítica e bem-humorada, o autor traça com maestria suas vivências de uma juventude nada comum, passada entre o Ocidente e o Oriente Médio.
No quarto volume da série O árabe do futuro, Riad tem 9 anos e começa a compreender a dinâmica complicada de suas famílias — na França e na Síria —, os preconceitos vindos dos dois lados, o comportamento cada vez mais radical e insensato do pai e os conflitos no Oriente Médio nos anos 1990. Além disso, a chegada à adolescência traz outro embate explosivo: o amor.
Se nos livros anteriores os dilemas eram causados principalmente por fatores externos, agora Riad vai ter que aprender a lidar com conflitos pessoais. Nessa transição, ele se torna alvo dos garotos populares na escola, que implicam com seu jeito de falar, com seu sobrenome árabe e até com seu novo corte de cabelo. A sorte é que nesse momento Riad também vai descobrir grandes paixões, como o desenho, o videogame e as garotas.
Uma das graphic novels mais importantes da atualidade, comparada aos aclamados Maus e Persépolis, O árabe do futuro é um análise precisa, divertida e por vezes pungente sobre infância, globalização, política, cultura e o embate entre o Ocidente e o mundo árabe.
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