Aquele que ousar ler uma das obras de Marguerite Duras não sairá impune dessa experiência. Lacan foi tomado pelo O arrebatamento de Lol V. Stein. Depois de seu encontro com essa leitura, teve que produzir um texto, daí a escrita de sua Homenagem.
Porge mergulha na análise do texto lacaniano, discorrendo sobre as relações que se dão a três nesse livro de Duras: Lol, Michael Richardson e Anne-Marie Stretter; Lol, Jacques Hold e Tatiana Karl. Mas como mergulhador, Porge vai além e é capaz de notar o que está ainda mais submerso: a relação a três que se forma entre O arrebatamento de Lol V. Stein, Duras e Lacan. E o autor localiza esses ternários na topologia borromeana.
Qual o lugar do olhar nessas relações? Quem é arrebatado? De onde é possível olhar, ser olhado e perceber-se olhado? Quais as consequências disso para o sujeito? Quais as possibilidades do amor nas relações? Porge, ao formular e desenvolver essas questões, põe em ato a sua frase: “O lugar da escrita deve ser contado como um a mais.”
SOBRE O AUTOR
Érik Porge exerce a psicanálise em Paris. É membro da Associação de Psicanálise Encore e diretor da revista Essaim. Foi membro da Escola Freudiana de Paris até sua dissolução e trabalhou como psiquiatra responsável por um centro médico-psicológico (CMP) para crianças e adolescentes. Tem vários livros publicados e traduzidos para diversos idiomas, entre eles: Jacques Lacan, une psychanalyste, Les noms du père chez Jacques Lacan, Voix de l’echo, Lettres du symptôme, Des fondements de la clinique psychanalytique, Transmettre la clinique psychanalytique.
Psicologia