"O Berro do Bode" é o chamado feminino aos elementos sagrados da natureza: nascimento e morte. É algo intrínseco ao ser humano e se reflete no ocultismo, no folclore, na figura mística do bode e na própria relação da mulher com sua essência primal. Neste livro o leitor "não encontrará nem sombra do adocicado dos contos de fadas", mas antes "o arrepio de quem escuta uma história à beira do fogo com olhos febris", como bem diz a escritora Nathalie Lourenço no texto que serve de orelha à obra. "Contos que parecem ter sido passados de boca em boca, até serem capturados vivos dentro de um livro. Histórias à espreita no mato, espiando por entre frestas [...] A linguagem de Verena Cavalcante fere, descreve imagens que são agulhas enfiadas por debaixo da unha, fazendo você prender o fôlego e desviar os olhos - mas sempre, sempre acabar voltando para ler a próxima linha. Mesmo arranhando. Mesmo doendo".
Contos