Cinco irmãos perdem a mãe e são abandonados pelo pai. Crescem juntos, cuidando uns dos outros, numa casa bagunçada no subúrbio de Sydney. Um deles narra a história de O construtor de pontes, novo romance do escritor australiano Markus Zusak.
Refugiada da Europa Oriental, Penélope Lesciuszko conhece Michael Dunbar, que, assim como ela, tem suas obsessões artísticas, e juntos eles têm cinco filhos: Matthew, Rory, Henry, Clayton e Thomas - os quais o leitor encontra, logo de cara, mergulhados numa atmosfera de caos e anarquia. "Falávamos palavrões que nem condenados, brigávamos feito cão e gato e travávamos batalhas épicas na sinuca ou pingue-pongue, nos dardos, no futebol, no baralho. Nossa TV estava cumprindo prisão perpétua. Nosso sofá pegou anos", desabafa Matthew.
Cada irmão Dunbar tem uma particularidade: Matthew é o cara durão que toma conta de tudo; Rory é o mais bruto, tido pelos outros como invencível, "um rolo compressor humano"; Henry é fascinado por garimpar objetos em vendas de garagem e por ver filmes em casa; Clay, o protagonista, é o mais enigmático, sempre se preparando fisicamente para uma tarefa que parece não chegar nunca; e o mais novo, Tommy, tem o hábito de levar para casa os mais improváveis animais de estimação.
O romance ganha fôlego logo no início, quando Michael retorna à casa dos filhos, como o Odisseu do poema grego. A essa altura, os filhos o renegam, e só um deles, Clay, se dispõe a ajudar o pai numa tarefa para a qual ele convocara a todos: construir uma ponte para atravessar um rio. Para isso, busca inspiração em Michelangelo e uma de suas obras mais instigantes. O construtor de pontes é uma história de amor entre irmãos, uma história de tempo entre pai e filhos, uma história de busca de identidade e de muita saudade, construída sobre os pilares firmes da imaginação de Markus Zusak.
Ficção / Literatura Estrangeira / Romance