"O Corvo" é um poema de solidão, provavelmente a solidão das pessoas que queriam fazer parte da nova sociedade americana, até então tomada pelas famílias poderosas e endinheiradas. O corvo pousado sobre a escultura de Palas, a grande deusa-virgem de Atenas, significa a presença do medieval no corvo, bicho que come de tudo, incluindo cadáveres, sobre a tragédia humana, antes desvelada pelos gregos.
A visita do corvo é a visita daquilo que mais tememos — não a morte, mas o encontro como nossa memória e o que dela vem nos evocar o lugar de nossos verdadeiros sentimentos, a Palas de Olhos Bovinos, a protetora da sabedoria e da riqueza e "voleres" pessoais.
"O Corvo" é uma evocação da outridade, que agora sabemos serem nossos desejos nesta infindável modernidade.
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