Será a sociedade secreta a futura forma de governo? Terão existido em tempos imemoriais civilizações técnicas? Haverá portas abertas para universos paralelos? Estaremos avançando para alguma forma de ultra-humano?
Aparentemente, são essas perguntas loucas. Mas, para Jacques Bergier e Louis Pauwels, que há vários anos investigam as linhas avançadas do conhecimento, é indispensável que estas questões sejam formuladas. Estas e muitas outras ainda mais estranhas. Nós interrogamos a realidade através dos nossos preconceitos, antigos ou modernos. Mas há outra forma de a interrogar e então ela se revela fantástica. Para nos dar um exemplo ao nosso alcance, os autores estudaram especialmente o nazismo. Apresentam-nos uma sociedade místico-política que acreditava na terra oca, na presença real do Superior Desconhecido, nos Gigantes da era secundária, sociedade que lançava expedições à conquista do Graal e julgava poder vencer por meio de sacrifícios rituais o frio da planície russa. E essa sociedade por pouco não conseguiu a vitória! Será lida com assombro esta descrição do socialismo mágico hitlerista, que alteia as noções admitidas pela história oficial.
Todavia, isto é apenas um exemplo daquilo que pode desvendar o método de exploração que os autores chamam realismo fantástico. A história dos descobrimentos, a história do pensamento desde o século XIX até os nossos dias, a história das civilizações adquirem proporções fabulosas. Na terceira parte de O Despertar dos Mágicos, sem dúvida a mais importante do livro, é a nossa concepção da psicologia humana que se encontra alterada. Tudo o que geralmente pensamos a respeito dos poderes da inteligência, dos estados de consciência, do equipamento do nosso cérebro, do gênio, da intuição, da memória ou do sonho, é varrido por um vento prodigioso, e achamo-nos numa floresta de hipóteses aterradoras e feéricas. Ora, não se trata de meditações gratuitas, ou de efabulações poéticas. Trata-se de fatos e de reflexões acerca de fatos. Trata-se de conhecimentos trazidos à luz por um método revolucionário e expresso com uma paixão clara. Eis por que esta obra singular, cuja documentação é enorme, se lê como um romance. Aliás, talvez seja um romance.
Filosofia