O díário do Beagle é mais que uma relíquia histórica: é um guia para a nossa própria viagem. Não para se ler rápido, mas para saborear, dia após dia, colocando-nos no lugar do autor do diário. Não é um livro para quem gosta de coisas óbvias. É mais para se ler como uma história de detetive, para quem aprecia acompanhar as pequenas descobertas, as pequenas pistas. Estas pistas nos dizem de como um jovem cavalheiro entendiado e perdido (mas curioso pela natureza e excelente observador), ao longo de uma extraordinária viagem de descoberta, foi aos poucos desmantelando uma visão de Mundo que herdara mas que não correspondia à realidade, e construindo uma nova visão infinitamente mais rica e maravilhosa. No processo, descobriu a si mesmo: ele que podia ter gasto suas melhores energias caçando raposas, voltou-as todas para responder a mais imensa das perguntas, o mistério dos mistérios. Poder hoje, através do diário, reconstruir sua viagem, nos dá a oportunidade de reviver aquela maravilhosa viagem de descoberta, do Mundo e de nós mesmos.
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