Seu principal livro intitulou-se, originalmente, 'O Dicionário do Cínico', depois conhecido como 'O Dicionário do Diabo'. Nele, condensada em breves comentários e aforismos saborosos e ríspidos, encontra-se a zombaria plena de azedume que o fez ser chamado de "Bitter Bierce" (o amargo Bierce) por seus contemporâneos. Ele nada perdoa, jamais tergiversa. A humildade é a "paciência necessária para se planejar uma vingança que valha a pena". Um favor, "um breve prólogo para dez volumes de cobrança". A pudicícia, o "comportamento que oculta uma alcoviteira". E a política, nada mais que um "conflito de interesses fantasiado em luta de princípios. Manejo dos negócios públicos em proveito próprio".
Nada escapa à sua argúcia. A liberdade não passa de "um dos bens mais preciosos da imaginação". E a paciência, apenas uma "forma menor de desespero, disfarçada em virtude". E o matrimônio? "Cerimônia na qual duas pessoas tornam-se uma, uma torna-se nada, e nada se torna suportável." Infelizmente, muito pouco de Bierce está traduzido para o português.
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