O Bem e o Mal. O amor, o ciúme, a traição. Os sentimentos inconfessáveis dos homens. Dostoievski, o grande romancista russo do século dezenove, que ombreia com Tolstoi e Tchkov, soube melhor do que ninguém, explorar as almas e trazer até nós as tragédias das suas contradições. "O Eterno Marido" - autêntica obra-prima - retoma o velho tema do triângulo amoroso - a mulher, o marido e o outro... - conseguindo comunicar-nos o drama pungente de Pavel Pavlovitch, escravo da sua mulher, Natalia Vassilievna, e objecto de troça do amante desta, Veltchaninov. E é um drama terrível, onde o riso acontece com a violência e a impudicidade do espetáculo insólito das desgraças alheias. Dostoievski não perdoa a ninguém - e muito menos àqueles que se riem -, não perdoa a nada, quando se dispõe a denunciar a absurda desgraça dos mortais que se descobrem, sem que o tenham pedido, entre as fronteiras indecisas do Mal e do Bem.
Literatura Estrangeira / Romance / Ficção