Meu primeiro encontro com o Ricardo ocorreu em uma cafeteria de Atibaia. Era um sábado ensolarado e nossa conversa girou em torno de um desejo mútuo de se contar a história do filho único dos donos da Escola Base, um personagem até então pouco conhecido nesse caso que marcou a imprensa brasileira.
Após anos se esquivando de jornalistas e de estudantes curiosos, Ricardo decidiu que era o momento de revelar sua visão sobre os acontecimentos que se desenrolaram em 1994, quando os seus pais foram injustamente acusados de abusar de crianças que frequentavam a Escola Base.
Fiquei muito feliz pelo convite que ele me fez de lhe ajudar a colocar no papel todas aquelas recordações, que até então, ele guardava apenas em sua memória. De lá para cá tivemos diversos encontros, que tinham em média três horas cada um, nos quais eu ia lhe incentivando a selecionar em suas lembranças aqueles acontecimentos de maior relevância em sua vida familiar.
Alguns meses depois, ele me enviou um rascunho, de um pouco mais de cem páginas, no qual ele narrava com detalhes sua história e a dos seus pais. Uni esse material com as anotações e a transcrição das entrevistas que fiz com ele. O resultado final é este livro que você tem em mãos.
Apesar de já ter escrito sobre o Caso da Escola Base em meu primeiro livro, intitulado “Escola Base: Onde e como estão os protagonistas do maior crime da imprensa brasileira”, confesso que aprendi muito conhecendo de perto a realidade vivida pelo Ricardo ao longo de sua história antes, durante e depois do fatídico acontecimento de 1994. Acredito que todos os que leiam esta obra terão uma outra visão sobre o que foi o Caso da Escola Base e sua repercussão na vida da família Shimada. (Emílio Coutinho – Jornalista, escritor e professor universitário)
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