Não foi à toa que o célebre Marquês de Pombal e seu irmão Mendonça Furtado debruçaram sobre a Amazônia, em meados do século XVIII, o pequeno mapa de Portugal. Numa façanha nunca vista, a escala mudou de tamanho e a calha do rio Amazonas tomous os nomes d'além-mar. Um imenso Portugal se desenhava como uma cobra-grande, ao modo de um registro que traz a capa do presente livro. Alenquer e Faro, Santarém e Barcelos, Óbidos e Aveiro. Do Tejo à barra do Grão-Pará, o trânsito de moradores, governadores, soldados, escravos pretos, serviçais índios, religiosos e todos os tipos de almas compunham o colorido étnico deste Atlântico equatorial.
Cidades cresceram e tomaram rumo à sombra da herança portuguesa. Uma Feliz Lusitânia, tanto indígena como africana, ao lado de uma Manaus movimentada por caixeiros, comerciantes e trabalhadores do extremo norte de Portugal. Temos aqui uma reunião de estudos oriundos de universidades amazônicas que lançam luz sobre o presente-passado das mais densas relações entre Portugal e Amazônia, entre a história e a memória. Passagens de quatro séculos de encontros e confrontos, de afetos e lágrimas, de domínio e liberdade, de presença e saudade.
História do Brasil