Vasto painel histórico e psicológico do México, a obra, lançada em 1950, é definitivamente essencial para que se compreenda o caráter único da cultura mexicana. Poderoso ensaio de antropologia cultural, questiona paradigmas e propõe uma interpretação inovadora do que se poderia denominar "alma mexicana". Entre as linhas-mestras da análise, estão: a linguagem popular, com palavras e expressões típicas que definem comportamentos e conteúdos ideológicos; a vida cotidiana, com foco especial no tradicional culto à morte; a vida sexual e amorosa, marcada pelo machismo e a desvalorização da mulher; e a história do México, desde a Conquista, passando pela Reforma e a Revolução de 1910. Neste último item, um longo trecho trata dos povos pré-hispânicos, cuja herança explicaria muito do México de hoje. Para Paz, o mexicano, em todas as suas dimensões, em seu passado e em seu presente, é um ser impregnado de tradição. No posfácio de 1969, o autor reafirma suas convicções democráticas e analisa com palavras incisivas o presente do país e o massacre de centenas de estudantes na praça de Tlatelolco, no ano anterior. A edição inclui ainda uma entrevista de 1975 com o autor.
Ensaios / Não-ficção