Certos filmes exercem um fascínio único em certas pessoas. Durante as comemorações do centenário do cinema, não foram poucos os que declararam terem tido o rumo da vida transformado por causa de um filme.
Salman Rushdie foi um deles. Aos dez anos ele assistiu a O mágico de Oz no cine Metro de Bombaim e inspirou-se para escrever sua primeira história, que ganhou o singelo título de Over the rainbow. Esta primeira influência "literária" ainda ecoaria em outros livros de Rushdie como Horoun and the Sea of Stories.
O mágico, uma produção de 1939 assinada por Victor Fleming, foi a segunda adaptação do livro The Wonderful Wizard of Oz, escrito por L. Frank Baum em 1900. Ela entrou no imaginário coletivo de todos nós pelos seus personagens, cenários, simbolismos e, principalmente, por Judy Garland cantando Over the rainbow. Entre seus fãs apaixonados estão os escritores Ray Bradbury, Gore Vidal e os diretores George Lucas e Steven Spielberg. Isso sem falar nos três mil filiados de The International Wizard of Oz Club, fundado em 1957, que realiza diversas reuniões anuais nos Estados Unidos.
Nesse ensaio, publicado pela Coleção ArteMídia da Editora Rocco, Salman Rushdie faz uma leitura detalhada e amorosa do mágico, dos Muchkins, da feiticeira, da Estrada dos Tijolos Amarelos, de Toto, dos sapatinhos de rubi e da célebre frase "there’s no place like home". Sua leitura é particularmente sensível quando consideramos que há muito tempo o relacionamento do autor com o "lar" se tornou, como ele mesmo escreve, mais problemático: "Compreendemos que o verdadeiro segredo dos sapatinhos de rubi não é que ‘não há lugar como o nosso lar’, mas, antes, que não existe mais tal lugar como o lar: salvo, é claro, o lar que criamos, ou os lares que são criados para nós, em Oz: que é em qualquer parte, e em toda parte, mas não no lugar de onde começamos."
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