Fromm e a liberdade
O que é a liberdade como experiência humana? É algo inerente à natureza humana? É uma experiência idêntica, independente do tipo da cultura em que a pessoa vive, ou difere de acordo com o grau de individualismo atingido em uma determinada sociedade? É a liberdade apenas a ausência da pressão externa ou é também a presença de algo? Quais os fatores sócio-econômicos que contribuem para o anelo da liberdade? Pode a liberdade tornar-se um fardo por demais pesado? Por que, então, a liberdade é, para muitos, objetivo cobiçado e para outros ameaça? Não haverá igualmente, paralela ao desejo de liberdade, uma aspiração instintiva à submissão? O que é no homem uma sede de poder insaciável? Será o vigor de uma energia vital ou uma incapacidade fundamental para experimentar a vida amorosamente?
A análise do aspecto humano da liberdade e do autoritarismo obriga-nos a encarar um problema geral, qual seja o papel que os fatores psicológicos desempenham como forças ativas no processo social. A imagem familiar do homem nos últimos séculos era a de um ser racional cujas ações eram determinadas por seu interesse próprio e pela capacidade de agir em conformidade com este. As forças obscuras e diabólicas da natureza humana haviam sido relegadas para a Idade Média e explicadas pela falta de conhecimentos.
Psicologia / Sociologia