As recordações estudantis de algumas gerações incluem Mendel e suas ervilhas. Muitos devem se lembrar das aulas sobre as experiências botânicas desse monge do século XIX e das questões sobre hereditariedade, sempre presentes nos vestibulares. Mas aquele monge da Morávia, que pacientemente plantou suas ervilhas no jardim de um monastério, foi ignorado em seu próprio tempo. E isso apesar de ter descoberto respostas para as mais prementes indagações levantadas por outro cientista revolucionário, Charles Darwin, em seu A origem das espécies, publicado apenas alguns anos depois das descobertas de Gregor Mendel. Pouca gente sabe que Mendel morreu solitário e desapontado, sem ver reconhecida a importância de seus estudos. Mas trinta e cinco anos depois, em 1900, três cientistas de diferentes países, quase simultaneamente, ajudaram a reverter esse quadro. Eles tiraram a poeira que cobria as velhas anotações do monge moraviano e constataram seu profundo significado. A indiferença inicial com que foram recebidas as descobertas de Mendel bem como sua posterior canonização como o Pai da Genética fazem parte de um enredo de suspense, intrigas e ciúme. Em O monge no jardim, Robin Marantz Henig nos conta essa história. Através de detalhada pesquisa elegantemente narrada, essa jornalista americana resgata a vida e o trabalho de Gregor Mendel, assim como o tortuoso caminho tomado por suas idéias, até serem trazidas à luz do dia. Henig fez um retrato vívido dos pioneiros que colocaram a humanidade rumo à clonagem e a engenharia genética. O monge no jardim é uma grande empreitada literária sobre um capítulo pouco conhecido da História, e nos leva de volta às origens do campo científico que está transformando radicalmente nossas vidas neste século XXI – e , talvez, a própria vida em si mesma.
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