É um romance que surpreende e conta com uma inovação literária adicional, que perpassa pela atmosfera de toda a narrativa. É algo que captura a atenção de pronto, na sua promessa e conduz o leitor pela leitura até o final. E ainda um pouco além. O escritor não aceita a sua definição como romance. Afirma, de forma singela e singularmente modesta, que se trata de uma noveleta, “uma noveleta pueblera”. Porque seria simples e teria poucas personagens. Porém, que personagens! E que história de infinita emoção.
Essa noveleta pueblera, elaborada com extraordinário requinte literário, conta-nos uma história aparentemente corriqueira e trivial, de algumas personagens desgarradas e olvidadas, das quais, habitualmente, nunca se ouve a voz e tampouco se quantifica a emoção. Mas estão preenchidas de densidade, encharcadas de esperança, de vida intensa na sua rotina previsível, providas de exuberante humanidade. O eco da saudade, do desespero e da solidão provenientes da escuridão de um poço. A tempestade de raios e de trovões, produzindo um cenário épico e coerente para a dimensão de uma tragédia insuperável e traumática.
Romance