Albert Camus, Raymond Aron e Léon Blum, três intelectuais franceses muito distintos entre si, têm em comum a coragem de ter defendido suas convicções frente à visão dogmática dominante da esquerda. Em O peso da responsabilidade, Tony Judt, um dos mais respeitados historiadores contemporâneos, se vale destas figuras para examinar questões cruciais na história da sociedade francesa contemporânea — o antissemitismo e o dilema da identidade judaica, o momento marxista no pensamento francês, os traumas da descolonização e as disputas insidiosas entre direita e esquerda.
A crítica contundente de Blum ao governo de Vichy, o papel de Camus na Resistência e na guerra da Argélia e a oposição de Aron à aceitação superficial da utópica promessa do comunismo por parte de muitos intelectuais também são alguns dos eixos deste livro. O livro desafia o relato convencional sobre o papel dos intelectuais precisamente porque na França eles tinham importância, porque podiam moldar a opinião pública e influenciar políticas.
Em Léon Blum, Albert Camus e Raymond Aron, Judt encontra três homens que se posicionavam contra a corrente de seu tempo e demonstravam uma coragem e uma responsabilidade na vida pública que superavam em muito seus contemporâneos. As três abordagens biográficas apresentadas pelo autor combatem numerosos clichês que ainda pesam sobre a história da esquerda na França.
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