O livro conta a história de uma jovem de classe média, Vera Pavlovna, que se casa com um estudante de medicina para fugir do matrimônio arranjado por seus pais. Depois, ela se apaixona pelo melhor amigo do estudante. O triângulo amoroso seria resolvido, nos padrões da sociedade de então, em um duelo. Mas, na obra, o marido de fachada sugere que todos morem juntos. A partir do casamento de Vera abre-se um longo debate sobre a questão feminina, a necessidade de direitos iguais entre homens e mulheres e de se lutar concomitantemente no âmbito coletivo e interpessoal para a transformação das relações humanas.
A protagonista, além de se recusar a seguir o destino comum às jovens de sua classe, cria uma cooperativa de mulheres costureiras e, até o desfecho do enredo, decide estudar medicina, em um período em que mulheres mal tinham acesso ao ensino superior. O leitor brasileiro precisa examinar essa obra com cuidado para entender como essa narrativa de libertação feminina pode ter resumido muito dos aspectos da disposição revolucionária russa no momento.
Se este é o enredo do romance, por qual motivo teria atraído a atenção de Marx? Por que Lenin nomeou um de seus principais livros com o mesmo título? Teria o autor preconizado a queda do regime czarista? Por que se tornou uma obra capaz de acender o ímpeto revolucionário da juventude? Por que é considerada a obra que mais inspirou o movimento comunista da época? Questões como essas nos fazem publicar este livro, possibilitando que leitores brasileiros tirem suas próprias conclusões.
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