O Quinze é uma ação magistralmente conduzida em dois planos, aos quais liga a figura central de Conceição, que pertence realmente aos dois. É através da sua experiência, através do que ela sente, que os riscos e os pobres confluem; é Conceição, pela inevitável fusão da personagem com a autora, que, integrado numa humanidade única os dois veios da ação romanesca, a ambos torna reais - pois com efeito a receptividade da personagem é a mesma da romancista: é ela quem dá autenticidade a cada um dos mundos e, tornando-os próximos, evitando o perigo do romance social, com a sabida divisão entre "bons pobres" e "maus ricos", nos faz sentir, num plano muito superior, a igual inevitabilidade do drama sob ambas as suas faces.
Ficção / Literatura Brasileira