O Sótão da Múmia

Geraldo tem pais ricos e nenhuma preocupação financeira ou quanto a seu próprio futuro. Tudo vai bem até que alguns bandidos tentam seqüestrá-lo. Felizmente, nessa hora, o acaso coloca Rogério, um garoto que trabalha na quitanda da família, e Neco, que vive nas ruas, a seu lado. Juntos, os três fogem dos bandidos. |...| Neste livro, Francisco Marins, como é de seu feitio, toma acontecimentos da vida real e da História como pano de fundo para as aventuras de seus personagens. Ambientada na década de 1940, durante o Estado Novo de Vargas, e da repressão política, esta movimentada aventura nos apresenta uma turma de jovens idealistas lutando por seu futuro e um cientista empenhado na cura da malária. A coincidência do desaparecimento do líder da turma e do cientista só pode ser atribuída à truculência da polícia política. Com garra, a turma vai atrás de notícias dos amigos desaparecidos, pessoas que não podiam ser caladas. |...| Em "O Sótão da Múmia", Francisco Marins nos brinda com uma história citadina, embora, quase de raspão, reapareçam nela as sombras de Perova e Tonico e alguns lampejos de História.
Em alguns dos episódios narrados - de alguma forma - o próprio autor se envolveu, misturando-se aos estudantes irreverentes que, no Largo São Francisco, afrontavam a ditadura de Getúlio Vargas. O sótão, o desaparecimento da múmia, o cientista que busca a planta miraculosa e os jovens que lutam contra a violência policial são partes de uma trama urbana, a sinalizar outra fase do escritor para os seus novos ou tradicionais leitores.