A tese fundamental do estatuto do sujeito, que, para a Psicanálise com Freud e Lacan, se associa à idéia de inconsciente, é de que este não envelhece. Orientando-nos, a princípio, para se pensar o conceito de velhice bem como a clínica do idoso, ela não recobre totalmente a particularidade dessa clínica e, muito menos, o conceito de velhice. Que é a velhice a partir da ótica analítica? Quais as incidências e os efeitos do real do tempo cronológico e sua relação com o que não envelhece? Como operar com a direção do tratamento na clínica com idosos? Se a velhice é determinada em cada época e em cada cultura de forma diferenciada, os significantes que tentam nomeá-la incidem sobre os sujeitos, provocando seus efeitos. A velhice é também um efeito dos discursos. Delimitando algumas perdas de laços com o Outro e sendo um dos nomes do real, ela impõe o luto dos objetos perdidos e novas formas de atualização do que se passa no decurso do tempo. A relação do sujeito à velhice se mede também pelos atos. Ela demanda a criação de novas vestimentas para o desejo a partir dos traços marcados por cada sujeito e um tratamento do real pelo simbólico.